Round 6, a nova série sul-coreana da Netflix está conquistando, e perturbando, telespectadores por todo o mundo! Imagino que a maioria dos dorameires estejam felizes com o alcance do drama.
Prestes a alcançar o primeiro lugar de série mais vista em setembro, Round 6 alcançou o top 10 em mais de 80 países. Nos EUA, ultrapassou Sex Education e Lúcifer, chegando ao primeiro lugar de drama coreano mais assistido globalmente.
Já na Netflix Brasil ocupa o segundo lugar dos mais assistidos da plataforma. Fiquei surpresa com esse alcance e muito feliz de conversar sobre a série com pessoas que nunca assistiram produções coreanas.
Um grupo de pessoas endividadas são convidadas a participar de um jogo, onde o vencedor sairá com uma quantia milionária. Mas, o que eles não sabem, é que jogarão para sobreviver.
A partir daí, vemos uma atmosfera cruel e macabra logo no início da série. Mas, existe uma explicação. Por trás dos jogos infantis e cenários coloridos, Round 6 fala sobre aspectos sociais de uma forma que atormenta. A história provoca tensão, raiva e revolta.
Outra qualidade da série é o elenco. Dá para ver que os atores se dedicaram totalmente aos personagens. Além da excelente estreia da modelo Ho Yeon Jung (Kang Sae Byeok) como atriz, o restante do elenco é formado por:
- Park Hae Soo (Manual do Presidiário), como Chang Sang Woo.
- Wi Ha Joon (Romance Is a Bonus Book), como Joon Ho.
- Gong Yoo (Goblin), como o recrutador do jogo.
- Lee Byung Hun (Mr. Sunshine), como o organizador do jogo.
- Heo Sung Tae (Beyond Evil), como Jang Deok Su.
- Oh Yeong Soo (Chocolate), como Oh Il Nam.
- Lee Jeong Jae (A Empregada), como Seong Gi Hun.
- Tripathi Anupam, como Abdul Ali.
Análise
Depois de quase dez anos para o roteiro ser planejado, o resultado foi uma produção poderosa. O diretor da série, Hwang Dong Hyuk, teve a ideia pela primeira vez em 2008, enquanto lia um Manhwa – histórias em quadrinhos coreanas – de sobrevivência.
Dong Hyuk queria criar um senso de conexão entre os jogos nostálgicos de infância e a sensação de competição sem fim que os adultos participam ao longo da vida. O roteiro de Round 6 levou dez anos para ser planejado.
Não é por menos que a série tem uma história boa e bem amarrada. Há sempre uma explicação por trás das coisas absurdas que acontecem e é perceptível o quanto a produção foi bem pensada.
Temos características futurísticas, uma boa escolha de trilha sonora, crítica social ao sistema capitalista, falsa democracia dos governos e discurso meritocrático. Sem esquecer da luta daqueles que são colocados em uma posição social vulnerável diante do capitalismo.
Todos os detalhes foram pensados com cuidado. O disfarce dos VIPs que lembram as máscaras de animais de seitas. O jogo com as cores vermelho e verde, que significam superiores e subordinados, respectivamente.
Ao longo dos episódios você percebe a abordagem de assuntos como ética, traição, orgulho e lealdade, ao próximo e a quem você é. A visão do rico quanto ao pobre e a comparação do jogo com corridas de cavalo.
Algo que intriga é que mesmo sabendo que algumas mortes serão evitadas, você é surpreendido com elas a cada episódio. Em resumo, não só a primeira camada da série é boa, como todo significado por trás dela.
Final aberto para uma segunda temporada [ALERTA SPOILER]
O fim de Round 6 deixou alguns tópicos em aberto e pontas soltas para uma segunda temporada. No fim descobrimos que o idoso, jogador 001, era na verdade um dos idealizadores dos jogos. Deixando a dúvida: o organizador mascarado do jogo será seu sucessor?
Percebemos que no fim, ele fica perturbado pela morte do seu irmão, o policial infiltrado. E por falar em policial, ele está realmente morto? O tiro foi para matar?
Quem são os VIPs? Dá para ver pelo idioma que são de países diferentes. Algumas teorias dizem que o jogo não existe só na Coreia do Sul e sim no mundo todo. Será?
A atitude de Gi Hun ao ver que o jogo continua existindo. A ligação ameaçadora dele e um novo objetivo: vingança. Ele realmente vai deixar de entrar no avião e viver uma nova para acabar com esse esquema mortal?
A Netflix ainda não confirmou oficialmente uma segunda temporada. Mas, todos estão contando com isso. E aí, quais são suas teorias? Deixe um comentário no post e não deixe de acompanhar as novidades do Séries em Cena!
Ficha Técnica
Nome: Squid Game, título original.
Round 6, título adaptado.
Direção: Hwang Dong Hyuk
Roteiro: Hwang Dong Hyuk
Produção original Netflix
Idioma: Coreano
País: Coreia do Sul
Onde assistir: Netflix e Fansub