Nos momentos finais de O Eternauta, a trama, recém lançada pela Netflix, atinge seu ponto mais sombrio e simbólico. Juan Salvo, já profundamente abalado pelas perdas e pelas revelações anteriores, começa a desconfiar que algo maior está em curso. Sua filha Clara retorna misteriosamente, com falhas de memória e um comportamento estranho, o que levanta o alerta para a possível manipulação alienígena.
O ponto de virada ocorre quando Lucas, cada vez mais descontrolado, entra em surto, ataca Omar violentamente e, em seguida, se suicida ao se jogar de um prédio. A sequência não só é impactante visualmente, mas também revela que ele estava sob influência direta de uma entidade superior, uma força que, até então, se mantinha oculta.
A visão no estádio e o verdadeiro inimigo
Em uma das cenas mais simbólicas do desfecho, Juan Salvo chega ao Estádio Monumental, local onde uma estranha luz chama sua atenção. Lá, ele presencia uma marcha perturbadora: humanos e criaturas alienígenas andam juntos, com os olhos vazios e expressões sem vida. No centro de tudo está uma figura misteriosa de mãos alongadas, uma entidade que controla todas as demais espécies, incluindo os próprios invasores.

Essa revelação confirma que a ameaça não vinha apenas dos besouros ou das nevascas, mas de um nível superior de dominação, baseado no controle mental e na anulação da identidade individual. O horror, portanto, não está apenas na invasão física, mas na perda completa da autonomia humana.
Clara e o Campo de Mayo: o início de uma nova fase?
Após a cena no estádio, a narrativa salta para um campo militar. Clara aparece entre soldados, agora empunhando armas e com o olhar vazio. A mensagem é clara: ela foi recrutada — ou capturada — por esse sistema de dominação alienígena. Juan, ao vê-la à distância, não a reconhece mais. A relação entre pai e filha, que sustentou boa parte da tensão dramática da série, termina de forma trágica e simbólica: o laço se rompe diante da manipulação total.
O que tudo isso significa para O Eternauta?
O final de O Eternauta sugere que o apocalipse não é apenas uma questão de destruição externa, mas de apagamento interno. A humanidade, sem saber, já foi derrotada muito antes das explosões ou nevascas. A dominação alienígena se concretiza na mente, nas vontades e nas emoções.
A jornada de Juan Salvo, que começa como a de um sobrevivente em busca de respostas, se transforma em uma batalha contra o invisível contra uma força que domina sem ser vista. Por fim, o desfecho abre caminho para múltiplas interpretações: ciclos temporais, perda de identidade e até o início de uma resistência silenciosa.
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