O primeiro filme do simbionte Venom, lançado em 2018, fez considerado sucesso e estimulou a Sony a anunciar seu próprio universo de filmes – Universo do Homem-Aranha da Sony – com diversos filmes já confirmados como Morbius e Kraven. A continuação para a história do anti-herói acaba de chegar nos cinemas, Venom: Tempo de Carnificina é um filme aguardado por grande parte do público que se divertiu com o primeiro e que não irá se decepcionar com a sequência.
O longa traz todos os elementos que fizeram o primeiro filme ser um sucesso de bilheteria e os evidencia mais. A relação entre Eddie Brock e Venom, um quase romance, é o maior centro de atenções do filme. Se no primeiro tivemos um se adaptando as necessidades, poderes e corpo do outro, agora temos eles já vivendo juntos por um tempo e com uma relação até desgastada. As brigas constantes acontecem pelas grandes diferenças entre eles. Venom precisa comer cérebros para sobreviver e para isso precisa matar pessoas, ou comer galinhas, o que ele odeia. Já Eddie não quer deixar o alienígena matar ninguém e quer focar toda sua energia em reconstruir sua carreira de jornalista. E o enredo do filme acontece justamente por esse foco de carreira do protagonista.

O serial killer Cletus Kasady (Woody Harrelson) está no corredor da morte e decide contar sua história para Brock antes de morrer, mas na verdade, o que ele quer é passar uma mensagem para o amor da sua vida, Shriek (Naomi Harris), que ele nem sequer sabe se está viva. Durante um encontro, porém, Kasady acaba mordendo Brock e assim entrando em contato com Venom o que dá origem a um novo simbionte, Carnificina. A união entre o criminoso e a fome de Carnificina, gera um vilão que sai arrasando São Francisco sem medo algum.
O casal de vilões, Cletus Kasady e Shriek, ficam um pouco perdidos em suas próprias histórias, servindo apenas como vilões. Falta profundida a ambos. As motivações de Kasady para cometer dezenas de assassinatos e para se aproximar de Eddie não são bem exploradas e explicadas. Shriek serve apenas de incentivo para Kasady fugir da prisão, a origem de seus poderes sônicos não é explicada e ela é sem graça, mesmo tendo muito potencial. A explicação da presença dos dois personagens na trama é de que eles são loucos, vão sair por aí cometendo crimes e por isso precisam ser parados.

O filme é recheado de estrelas e nomes renomados de Hollywood, como Tom Hardy, Michelle Williams e o diretor Andy Serkis que parecem se divertir em algo que não é nem um pouco sério sobre um alienígena anti-herói. Sendo o maior destaque de atuação entre todos, Tom Hardy que mais uma vez arrasa no papel de Eddie Brock, abraçando de vez o humor do personagem e a relação conturbada que ele tem com Venom. Os dois passam por diversos estágios de uma relação em desgaste juntos e até uma ótima cena de término, em que cada um joga as coisas do outro pela janela. Depois sofrem separados e terminam o filme entendendo que se completam, exatamente como um casal, com direito até a declaração.
Venom: Tempo de Carnificina não é uma grande obra cinematográfica, é uma continuação divertida que irá entreter de forma satisfatória quem gostou do primeiro filme. É uma história para assistir quando você quer se desligar, rir um pouco e esperar a cena pós-créditos, que promete um futuro diferente para o personagem. É claro que veremos Venom e Eddie mais uma vez juntos no cinema, mas não fica claro se será em um terceiro filme solo ou se aparecendo no filme de outro personagem da Marvel/Sony.