Com muito amor e sonhos, Veneza estreia nesta quinta-feira (17). O segundo longa-metragem de Miguel Falabella como diretor é baseado em uma peça teatral do autor argentino Jorge Accame. Adaptada pelo próprio Miguel para os palcos brasileiros no início dos anos 2000.
Com cenas gravadas no Uruguai e na Itália, a trama apresenta Gringa, interpretada pela estrela espanhola Carmen Maura. Dona de um prostíbulo, cega e muito doente, a mulher fica cada vez menos conectada com a realidade, voltando para as memórias de sua juventude.
Gringa fica obcecada pela ideia de conhecer a famosa “cidade flutuante” e reencontrar nas terras e águas italianas o grande amor de sua vida. O belo Giácomo (Magno Bandarz). Mas levando em conta as condições dos moradores do bordel, seria impossível.
Entre os personagens, há Rita (Dira Paes), uma mulher centrada e também muito atraente. Gringa a acolheu quando nova, tendo desde então uma enorme gratidão pela senhora. Ela é os olhos de Gringa, sentindo a responsabilidade de ajudá-la. Rita se relaciona com Tonho (Eduardo Moscovis), que foi criado no bordel, um personagem que oscila entre a brutalidade e a familiaridade.
Madalena (Carol Castro) também trabalha no bordel, uma mulher sonhadora que pretende fugir para São Paulo com o jovem Julio (Caio Manhente). E para completar o grupo, ainda temos Jerusa (Danielle Winits), que por mais que não tenha tido uma exploração maior, se mostra uma pessoa realista.
Todos se unem em uma única missão, realizar o sonho de Gringa, levar ela até Veneza. Ou então trazer essa famosa cidade italiana até ela.
O longa explora a imaginação, o realismo fantástico. Trazendo o erotismo e assuntos como família e aceitação.
Mas com o andamento do filme, chegam momentos que podem não ser muito agradáveis. Como a brutalidade e misoginia de Tonho, que muitas vezes explora sexualmente as mulheres do bordel.
Há um certo momento também em que são oferecidos favores sexuais como pagamento para que o sonho de Gringa seja realizado. Não havendo nem conversa ou acordo com as mulheres do bordel, sendo colocadas apenas como um simples produto.
Lágrimas na Coletiva
Na coletiva de imprensa virtual, o ator Eduardo Moscovis se emocionou ao falar sobre o filme.
— Fiquei encantado. Fiquei emocionado. — Relatou. Se referindo ao momento em que recebeu o roteiro de Miguel Falabella.
Com lágrimas nos olhos, quase não conseguindo falar, o ator acrescentou:
— A briga que a gente está agora é de resistência, é dolorosa. A gente que é artista tem compreensão da dificuldade para sobreviver, para concretizar nossas obras e crenças artísticas.
Por fim, Miguel Falabella em seu discurso afirmou:
— Fazer arte é trazer sonhos para as pessoas.
O filme é intenso, melodramático e tem tudo para surpreender o público. Veneza estreia nesta quinta-feira (17) nos cinemas nacionais.