O primeiro filme da franquia Toy Story foi lançado em 1995 e foi um grande sucesso levando a Pixar a produzir três sequencias da história. Agora, o estúdio lançou o primeiro filme Spin-Off que aprofunda sobre os personagens em que os brinquedos são baseados, nesse caso o patrulheiro espacial Buzz Lightyear. Durante a introdução, é explicado que Lightyear é o filme preferido de Andy e por isso que ele ganha um brinquedo do personagem, o que dá o pontapé para a história do filme original começar.

E assim, o roteiro tenta preparar o espectador para o fato de que o protagonista de Lightyear não é o mesmo personagem visto nos quatro filmes de Toy Story. Sua personalidade é diferente, seu uniforme e até sua voz, mesmo que tenham o mesmo nome. Existe grande estranhamento e dificuldade de separar os dois, principalmente pelo personagem ser conhecido a quase 30 anos e ser tão querido para o público.

Na história, Buzz Lightyear é um patrulheiro espacial que comete um erro e acaba sendo o responsável por prender toda sua tripulação em um planeta alienígena. Para que eles consigam voltar para sua casa, Buzz precisa encontrar a mistura de cristais certas que permitirá que a viagem pelo espaço seja possível. Só que cada vez que o patrulheiro testa uma mistura de cristais, minutos se passam para ele, enquanto anos se passam para seus companheiros. Ele acaba preso a essa missão e a seu objetivo, enquanto os outros vivem suas vidas.

O primeiro ato do filme é sua parte mais cativante, mostrando a busca incessante de Buzz pela mistura certa de cristais ao mesmo tempo que mostra o passar dos anos através da vida de Alisha, melhor amiga dele. A amizade dos dois é contada de uma forma muito emocionante e bonita, e é a essência do filme. Alisha é responsável por dar de presente para Buzz o gato-robô Sox, o melhor personagem do filme, que é o grande alívio cômico e a solução da maioria dos problemas que os personagens enfrentam na história.

Mas o resto do filme é difícil de engolir. O vilão Zurg não funciona e a revelação de sua identidade não convence, deixa a desejar e é um dos grandes negativos do filme. A explicação não é boa e mesmo que tente trazer mil referências de outros filmes de ficção científica, o roteiro parece raso e vago. O mesmo acontece com o trio de coadjuvantes que não é carismático. Eles cumprem o papel deles na história, mas não cativam.

O visual do filme é realmente muito bonito, um dos mais bonitos da Pixar. É um grande espetáculo de cores e repleto de detalhes, por isso é possível que faça bastante sucesso entre o público infantil. As muitas referências a Toy Story também são fundamentais para que o público goste, mas não é o bastante para que o ame.

Chega a ser um pouco frustrante ver um filme com um roteiro fraco e que não acrescenta nada vindo da Pixar, que geralmente entrega filmes com muita alma e coração. Ele é simplesmente genérico, sem nenhum momento marcante. Se apoia inteiramente na nostalgia e na beleza dos seus gráficos para ser um bom filme, o que não é suficiente. Lightyear desaponta bastante e sua mediocridade coloca em risco a possibilidade de futuros spin-offs da franquia de Toy Story serem lançados.