A série Adolescência, lançada em março, conquistou o público da Netflix ao redor do mundo. Em pouco tempo, ultrapassou 114,5 milhões de visualizações, posicionando-se como a quarta série em inglês mais assistida da história da plataforma.

A trama acompanha um garoto de 13 anos acusado de esfaquear uma colega após se envolver com conteúdos extremistas online. A narrativa intensa, filmada em planos-sequência dirigidos por Philip Barantini, e a atuação poderosa do jovem Owen Cooper foram determinantes para o impacto da obra.

Plan B quer mais

Diante desse sucesso, a Plan B Entertainment, produtora de Brad Pitt, já está em conversas com os criadores da série para planejar uma segunda temporada. Dede Gardner e Jeremy Kleiner, copresidentes da empresa, revelaram que têm se reunido com o diretor Barantini e com o cocriador e ator Stephen Graham para discutir ideias.

“Queremos expandir o universo da série, mas sem perder o seu DNA. A ideia é não repetir fórmulas”, explicou Gardner. Segundo ela, a escolha de gravar os episódios sem cortes não foi apenas estética. Pelo contrário, esse formato ajuda o público a mergulhar mais profundamente no tema. “Se você não consegue desviar o olhar, será que a mensagem te atinge de forma mais intensa?”, provocou a produtora.

De ideia ousada à tela da Netflix

A linguagem usada em Adolescência foi inspirada no filme Boiling Point, também dirigido por Barantini. A ideia de transformar aquele estilo em série partiu da própria Plan B. Desde o início, Brad Pitt participou ativamente das reuniões de desenvolvimento, dando suporte criativo ao projeto.

Inicialmente, a equipe apresentou a série à Amazon Prime Video, que recusou a proposta. Em seguida, levaram o projeto à Netflix, onde encontraram apoio imediato da executiva Anne Mensah. Ela já havia colaborado com a Plan B anteriormente e apostou no potencial da produção. Mais tarde, o CEO da plataforma, Ted Sarandos, comentou que foi “pessoalmente tocado” pela história.

O impacto vai além da ficção

Enquanto a série subia nos rankings, também viralizava nas redes sociais. Vídeos com reações emocionadas de mães assistindo aos episódios se espalharam pelo TikTok. Além disso, políticos começaram a comentar sobre a produção. O primeiro-ministro britânico Keir Starmer, por exemplo, afirmou que a série “bateu forte” em sua casa.

Série Adolescência (Foto: Reprodução/ Netflix)

Para Gardner, esse tipo de reação revela o poder de uma história bem contada. “A violência masculina é um problema global. Encontrar uma forma de falar sobre isso com milhões de pessoas nos deixa muito humildes”, afirmou. Ela acredita que Adolescência mostra como um tema local pode se transformar em uma conversa global.

E agora?

Apesar de ainda não haver confirmação oficial, tudo indica que uma nova temporada está a caminho. A Plan B demonstrou interesse em continuar produzindo conteúdo na Europa, especialmente por acreditar na força da televisão britânica.

A produtora, que já levou temas importantes às telas com filmes como She Said (sobre o movimento #MeToo) e Nickel Boys (sobre racismo institucional), vê em Adolescência mais uma oportunidade de discutir temas sociais urgentes. Segundo Gardner, a ideia de “cumplicidade” ou a forma como a sociedade contribui para certos comportamentos é um dos pilares do projeto.

Portanto, os fãs da série podem se animar: o universo de Adolescência ainda tem muito a dizer. E, se depender da Plan B, novas histórias virão para continuar provocando reflexões profundas.

Siga o Séries em Cena no Instagram e não perder nenhuma novidade sobre séries!

Redator do site Séries em Cena