Nos últimos anos, as plataformas de streaming têm se tornado o principal canal para novas produções e lançamentos de séries. O volume de estreias aumentou, a concorrência entre os serviços ficou mais acirrada, e os orçamentos cresceram. Apesar desse cenário promissor, a criatividade parece estar ficando para trás.
No entanto, em vez de arriscar com novas ideias e abordagens inovadoras, muitas séries seguem fórmulas conhecidas, trazendo apenas mais do mesmo para os espectadores. É sobre essas produções que a coluna de hoje vai tratar.
Remakes e reboots: o caminho mais seguro
Os remakes e reboots estão dominando a cena. Clássicos dos anos 90 e 2000 são constantemente revisitados, como se a falta de novas ideias justificasse reviver histórias já contadas. Um Maluco no Pedaço ganhou uma versão dramática com Bel-Air, That ’70s Show virou That ’90s Show, e Dexter retornou com New Blood. Mas será que todas essas novas versões eram realmente necessárias?
O problema é que muitas dessas produções acabam sem alma, apenas tentando surfar na nostalgia. Nem sempre há um esforço para trazer algo realmente novo ou aprofundar os personagens de forma diferente, como acontecia nas primeira versão.
A fórmula do sucesso: quanto mais do mesmo, melhor?
Além dos remakes, algumas séries parecem seguir um molde já testado, apostando na repetição de tramas previsíveis. Manifest tentou recriar o mistério de Lost, mas sem o mesmo impacto. O Agente Noturno e Recruta seguem o estilo de ação e espionagem que lembra 24 Horas, mas sem a mesma complexidade.
Até mesmo as produções de fantasia e ficção científica caíram em padrões repetitivos. Após o sucesso de Stranger Things, diversas séries apostaram no fator nostalgia dos anos 80, como Paper Girls e Arquivo 81, sem conseguir o mesmo nível de envolvimento com o público.
O efeito do mercado global
Com a expansão do streaming para diferentes países, as produções são projetadas para um público global. Isso resulta em roteiros mais seguros, personagens estereotipados e histórias que não desafiam a expectativa do espectador. Séries como Sombra e Ossos e A Roda do Tempo tentam se encaixar no nicho de adaptações de fantasia, mas muitas vezes parecem genéricas, sem o mesmo impacto de grandes sucessos como Game of Thrones.
Na busca por uma audiência maior, algumas séries tentam abraçar diversos estilos e se perdem no processo. Citadel, da Amazon Prime Video, é um exemplo: uma superprodução internacional com orçamento milionário, mas sem identidade própria.
O que esperar do futuro?
A criatividade morreu nas séries ou estamos apenas em uma fase de transição? O cenário pode estar saturado, mas ainda há esperança. Séries como Black Mirror continuam explorando ideias ousadas, Severance trouxe uma abordagem inovadora sobre o mundo corporativo, e produções como The Bear e Succession mostram que ainda há espaço para narrativas impactantes.
Se a indústria se abrir para novas perspectivas e histórias originais, as possibilidades são infinitas. E você, o que acha? Está cansado das fórmulas repetitivas ou acredita que as grandes produções ainda podem surpreender?
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