Jurassic World: Recomeço marca uma nova fase da franquia ao mesmo tempo em que estabelece conexões claras com os filmes anteriores, tanto da trilogia Jurassic Park quanto da era World. Apesar de trazer novos personagens e uma ambientação inédita, o longa reconhece os eventos passados e continua a história de forma orgânica.

O roteiro, assinado por David Koepp (o mesmo dos dois primeiros Jurassic Park), aposta em uma abordagem mais intimista, focada na sobrevivência e nos dilemas éticos da ciência. A seguir, veja como o novo filme se encaixa na cronologia e homenageia os títulos anteriores.

Continuação direta de Jurassic World: Dominion

A história de Recomeço se passa cinco anos após os eventos de Jurassic World: Dominion (2022), quando os dinossauros foram soltos pelo planeta e a coexistência com os humanos se tornou insustentável. O filme deixa claro que, após o caos instaurado, as autoridades transferiram os dinossauros sobreviventes para regiões tropicais isoladas. Uma delas é a Ilha Saint-Hubert, cenário central do novo filme.

Zora e Henry analisam o equipamento com DNA em cena do filme Jurassic World: Recomeço
Zora e Henry discutem o transporte do DNA coletado em Jurassic World: Recomeço (foto: Reprodução/Universal Pictures)

Essa mudança de cenário não ignora o que veio antes — pelo contrário, é consequência direta do colapso global mostrado em Dominion. A nova missão liderada por Zora (Scarlett Johansson) e Henry (Jonathan Bailey) acontece num mundo já transformado pelas escolhas anteriores.

Conexão com Jurassic Park: Alan Grant e homenagens visuais

Apesar de não trazer de volta os protagonistas clássicos na tela, Recomeço faz questão de amarrar sua narrativa ao legado de Jurassic Park. Um exemplo é a revelação de que Henry Loomis, personagem de Jonathan Bailey, foi aluno de Dr. Alan Grant — personagem icônico vivido por Sam Neill.

Além disso, diversas cenas recriam ou homenageiam momentos marcantes da trilogia original:

  • O uso de sinalizadores para distrair predadores remete à cena de Ian Malcolm com o T-Rex;

  • A contemplação de dinossauros em campo aberto evoca a primeira aparição do braquiossauro;

  • A clássica faixa “When Dinosaurs Ruled the Earth” aparece em um cenário chave;

  • Um bote atacado por uma criatura marinha lembra cenas não adaptadas do livro de Michael Crichton.

A trilha sonora, composta por Alexandre Desplat, também incorpora trechos dos temas criados por John Williams, reforçando o vínculo emocional com os fãs antigos.

A evolução da engenharia genética

Um dos elementos centrais que conecta todos os filmes da saga é o uso da engenharia genética para recriar dinossauros. Em Recomeço, esse tema retorna com uma proposta diferente: a extração de DNA visa o desenvolvimento de medicamentos para doenças raras — e não mais o entretenimento ou a venda de espécimes.

Equipe de sobreviventes em alerta em corredor escuro em Jurassic World: Recomeço
Grupo enfrenta nova ameaça em corredor subterrâneo de Jurassic World: Recomeço (foto: Reprodução/Universal Pictures)

Essa mudança de motivação simboliza a tentativa da franquia de amadurecer sua crítica à ciência descontrolada. O DNA ainda é perigoso, mas agora também pode representar cura — desde que usado com responsabilidade.

O Distortus rex e a herança dos híbridos

O novo dinossauro introduzido em Recomeço, o Distortus rex, é uma criatura mutante fruto de manipulação genética extrema — um desdobramento das experiências iniciadas com o Indominus rex (Jurassic World, 2015) e o Indoraptor (Fallen Kingdom, 2018). O visual da criatura remete ao horror e reforça a ideia de que a obsessão por criar o “predador perfeito” continua sendo uma ameaça.

Um elo entre o passado e o que vem pela frente

Com atmosfera mais próxima do suspense original, elenco carismático e uma trama que honra a cronologia da franquia, Jurassic World: Recomeço se consolida como um elo legítimo entre o que a saga construiu e o que ainda pode explorar.

O filme fecha pontas deixadas por Dominion, resgata o espírito de Jurassic Park e propõe uma nova forma de enxergar a relação entre humanidade e ciência. É um recomeço — sim —, mas com as pegadas certas no passado.

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Estudante de jornalismo apaixonado por séries, sempre em busca da próxima maratona. Atualmente, estagiário no Séries em Cena, onde exploro o universo das produções e compartilho meu olhar crítico sobre o que está em alta no mundo das telinhas. E-mail: lucas.emanuel@seriesemcena.com.br