O filme Estrelas Além do Tempo, lançado em 2016, é mais do que um drama biográfico — é uma celebração da inteligência, da coragem e da persistência de mulheres que desafiaram o racismo e o machismo em plena corrida espacial. Dirigido por Theodore Melfi e estrelado por Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe, o longa, exibido nesta sexta-feira (14) na Sessão da Tarde, é baseado em fatos reais e adaptado do livro de Margot Lee Shetterly.

Ambientado nos Estados Unidos dos anos 1960, o filme acompanha três funcionárias da NASA — Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson — que desempenharam papéis cruciais no avanço do programa espacial americano. Em uma época marcada pela segregação racial, elas provaram que o talento não tem cor nem gênero, conquistando reconhecimento dentro de uma das instituições mais prestigiadas do mundo.

A história real por trás do filme

As três protagonistas existiram de verdade e tiveram impacto direto nas missões espaciais da NASA. Katherine Johnson foi responsável por calcular as trajetórias de voo que garantiram a segurança da missão de John Glenn, o primeiro americano a orbitar a Terra. Dorothy Vaughan se tornou a primeira supervisora negra da agência e dominou a linguagem FORTRAN, essencial para os primeiros computadores. Já Mary Jackson fez história ao se tornar a primeira engenheira negra da NASA.

Imagem do filme Estrelas Além do Tempo
Cena do filme Estrelas Além do Tempo (foto: Reprodução/ 20th Century)

Segundo a própria NASA, “essas mulheres foram pioneiras não apenas na ciência, mas também na luta por igualdade e representatividade em um ambiente marcado pela segregação”. A publicação oficial da agência ressalta que o trabalho delas foi fundamental para o sucesso do programa Mercury, que colocou os Estados Unidos na liderança da corrida espacial.

O que o filme muda e o que permanece fiel

Embora fiel à essência da história, o longa toma algumas liberdades criativas para condensar eventos e intensificar o drama. A cena em que o personagem de Kevin Costner destrói a placa “Colored Ladies Room”, por exemplo, não aconteceu literalmente — foi criada para simbolizar o fim da segregação no ambiente de trabalho.

De acordo com a revista Scientific American, “o filme simplifica alguns eventos e personagens, mas retrata com precisão o impacto histórico e social das mulheres negras na ciência americana”. Essa escolha narrativa ajudou Estrelas Além do Tempo a equilibrar emoção e realidade, tornando a história acessível a um público amplo sem perder a força do contexto histórico.

Sucesso e legado de Estrelas Além do Tempo

Com um orçamento de 25 milhões de dólares e arrecadação superior a 230 milhões mundialmente, o filme foi um sucesso de crítica e público. Recebeu três indicações ao Oscar — incluindo Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado — e conquistou o público pela combinação entre emoção, representatividade e relevância social.

Mais do que um drama histórico, Estrelas Além do Tempo se consolidou como um símbolo de inspiração. A produção resgatou nomes esquecidos e abriu espaço para novas discussões sobre diversidade na ciência, na cultura e no cinema.

Com uma mensagem poderosa sobre igualdade e reconhecimento, Estrelas Além do Tempo segue atual e necessário. O filme mostra que o progresso não depende apenas de tecnologia, mas também de coragem e visão humana.

Para não perder nenhuma novidade sobre cinema e séries, siga o Séries em Cena no Instagram e acompanhe o site também no Google Notícias.

Estudante de jornalismo apaixonado por séries, sempre em busca da próxima maratona. Atualmente, estagiário no Séries em Cena, onde exploro o universo das produções e compartilho meu olhar crítico sobre o que está em alta no mundo das telinhas. E-mail: lucas.emanuel@seriesemcena.com.br