A Netflix reacendeu o interesse em um dos casos criminais mais enigmáticos da Itália.
O Monstro de Florença, nova minissérie do streaming, revive os acontecimentos que aterrorizam o país desde o fim dos anos 1960 e meados dos 1980 e atualmente figura entre as produções mais assistidas da plataforma.
Casais eram assassinados em áreas rurais próximas a Florença, sempre com o mesmo padrão: uma pistola calibre 22, o uso de balas Winchester marcadas com o símbolo “H” e ataques meticulosamente planejados. A imprensa batizou o autor — ou autores — de “O Monstro de Florença”, e o caso rapidamente ultrapassou as fronteiras italianas.

Quem foi o suspeito de cometer os crimes em O Monstro de Florença?
O nome mais conhecido ligado ao caso é o de Pietro Pacciani, um agricultor da região acusado de sete dos assassinatos. Condenado em 1994, ele teve a sentença anulada dois anos depois, quando novas evidências colocaram em dúvida a consistência do processo. Pacciani morreu em 1998, antes de ser julgado novamente — e com ele, desapareceu a última chance de uma confissão definitiva.
Outros homens foram apontados como cúmplices ou imitadores, mas nenhum foi condenado de forma conclusiva. Para os investigadores, o caso do Monstro de Florença se transformou em um labirinto de teorias, suposições e erros acumulados ao longo de quase duas décadas.

Por que o assassino nunca foi encontrado?
Há cinco razões principais pelas quais o mistério continua sem resposta:
- Falhas nas investigações: nas décadas de 1970 e 1980, a Itália carecia de protocolos modernos de perícia. Muitas evidências foram contaminadas ou perdidas, tornando impossível confirmar correspondências de DNA anos depois.
- Mudanças de foco: a polícia chegou a seguir hipóteses envolvendo cultos satânicos, policiais corruptos e até uma conexão com o famoso Zodiac Killer nos EUA — linhas de investigação que desviaram recursos e tempo.
- Prescrição e mortes: a passagem do tempo encerrou prazos legais e levou à morte de suspeitos e testemunhas, inviabilizando novos julgamentos.
- Ausência de confissão ou prova conclusiva: nem arma do crime, nem impressões digitais, nem material genético ligaram de forma irrefutável alguém a todos os assassinatos.
- Possível atuação em grupo: há quem defenda que os crimes foram obra de mais de uma pessoa, o que fragmenta o padrão e dificulta qualquer conclusão definitiva.
O DNA que reacendeu o caso
Em 2024, novas análises de DNA foram realizadas a partir de amostras preservadas de um dos locais dos assassinatos. Segundo a rede CBS News, o material genético não correspondia a nenhuma das vítimas ou suspeitos conhecidos. O resultado trouxe esperança de um avanço, mas também frustração: não há registro do mesmo perfil genético em bancos criminais da Europa.
Os investigadores acreditam que, se o assassino estiver vivo, ele teria hoje entre 70 e 90 anos. Mesmo assim, os promotores italianos mantêm o caso aberto, esperando que tecnologias mais avançadas revelem pistas antes ocultas.
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