Lançada nesta terça-feira (4) no Disney+, a série Tudo É Justo (All’s Fair) prometia ser um dos grandes dramas jurídicos de 2025. Criada por Ryan Murphy, o mesmo de American Horror Story e Feud, a produção reúne um elenco de peso liderado por Kim Kardashian, Sarah Paulson, Naomi Watts, Glenn Close e Niecy Nash-Betts.

A série acompanha um grupo de advogadas que decide abrir sua própria firma de direito de família após anos em um escritório dominado por homens. Com casos de divórcios milionários e tramas ambientadas no luxo de Los Angeles, o projeto parecia ter todos os ingredientes para repetir o sucesso de outras produções de Murphy — mas o resultado foi o oposto.

Críticas pesadas: “fascinantemente terrível”

Em sua estreia, Tudo É Justo foi massacrada pela crítica internacional. O The Guardian classificou a produção com zero estrelas, descrevendo-a como “fascinantemente terrível”. A renomada jornalista Lucy Mangan escreveu que “não sabia que ainda era possível fazer televisão tão ruim”.

Imagem da série Tudo É Justo, do Disney+
Cena da série Tudo É Justo, do Disney+ (foto: Reprodução/Hulu)

O The Times foi ainda mais duro, afirmando que Tudo É Justo “pode ser o pior drama de TV já produzido”. O texto ironiza o roteiro, dizendo que ele “parece ter sido escrito por uma criança que não sabia escrever ‘bum’ na parede”. Quem também detonou a produção foi a Forbes, que chamou o seriado de “crime contra a televisão”, enquanto o Pajiba o considerou “o pior programa de streaming de 2025”.

No agregador Rotten Tomatoes, a série amarga 0% de aprovação, algo raríssimo mesmo entre grandes fracassos da TV.

Por que a série foi detonada?

Os críticos apontam uma combinação de roteiro fraco, diálogos caricatos e direção perdida. Apesar de reunir atrizes premiadas, Tudo É Justo foi acusada de tratar temas feministas de forma superficial, explorando o glamour e o drama dos divórcios de elite sem profundidade emocional.

O tom exagerado, aliado a atuações inconsistentes, fez com que a série fosse recebida como um exemplo de “luxo vazio” — belo na superfície, mas sem substância. Para muitos, o erro foi acreditar que o carisma das estrelas compensaria a falta de coesão do texto.

Kim Kardashian no centro da polêmica

Kim Kardashian, que interpreta a advogada Allura Grant, voltou a dividir opiniões. Embora já tivesse feito aparições elogiadas em American Horror Story: Delicate, sua performance em Tudo É Justo foi amplamente criticada por falta de naturalidade e presença dramática.

A expectativa de que o envolvimento de Murphy traria um tom sofisticado acabou frustrada. O resultado, segundo o The Guardian, é uma série que “não sabe se quer ser um drama jurídico, uma sátira sobre poder feminino ou apenas um desfile de figurinos”.

Vale a pena assistir?

Apesar das avaliações duras, Tudo É Justo pode despertar curiosidade justamente pela polêmica. Para quem acompanha o universo de Ryan Murphy ou quer entender o motivo de tanta repercussão, assistir aos primeiros episódios pode ser uma experiência quase antropológica — ver até onde uma produção de alto orçamento pode dar errado.

Mas para quem busca uma história envolvente, com personagens bem construídas e diálogos inteligentes, talvez seja melhor passar longe.

Estudante de jornalismo apaixonado por séries, sempre em busca da próxima maratona. Atualmente, estagiário no Séries em Cena, onde exploro o universo das produções e compartilho meu olhar crítico sobre o que está em alta no mundo das telinhas. E-mail: lucas.emanuel@seriesemcena.com.br