Lançada pelo Prime Video nesta sexta-feira (31), Tremembé chega ao catálogo como uma minissérie brasileira de true crime. Ambientada na cidade que abriga um dos presídios mais conhecidos do país, a produção combina histórias reais com tratamento dramatizado, explorando temas como corrupção, impunidade e o poder da mídia na formação da opinião pública.
A série se passa no município paulista que ficou conhecido pelo presídio de Tremembé, apelidado de “prisão dos famosos” por abrigar criminosos que ganharam notoriedade nacional. O local serve como pano de fundo para uma narrativa que examina a forma como o sistema prisional e a sociedade lidam com a violência e o espetáculo em torno dos casos criminais.
A produção e o conceito
Tremembé é uma produção da Paranoid para o Amazon MGM Studios, com direção e roteiro de Vera Egito e roteiro de Ulisses Campbell, jornalista autor de livros que inspiraram a série. Campbell é conhecido por obras de true crime como Suzane: Assassina e Manipuladora e Elize Matsunaga: A Mulher que Esquartejou o Marido, que serviram de base documental para a adaptação.

Em vez de reencenar um único caso do início ao fim, a temporada — composta por cinco episódios — apresenta trajetórias distintas ligadas à penitenciária, utilizando recursos ficcionais para dar fluidez às histórias. Essa estrutura híbrida reforça o tom investigativo e simbólico da produção, que busca discutir o impacto da espetacularização do crime no Brasil contemporâneo.
O que é real em Tremembé
As histórias retratadas em Tremembé têm origem em fatos conhecidos. A penitenciária que dá nome à série abrigou figuras como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, interpretadas respectivamente por Marina Ruy Barbosa, Carol Garcia, Lucas Oradovschi e Bianca Comparato na produção.
Segundo o Prime Video, a proposta da série é reconstituir esses casos com liberdade criativa, mantendo fidelidade aos fatos essenciais, mas permitindo que a narrativa aprofunde o contexto psicológico e social dos personagens. A produção adota o estilo docudrama, unindo depoimentos e encenações para construir uma reflexão sobre culpa, arrependimento e manipulação midiática.
A fronteira da ficção
Embora baseada em crimes reais, Tremembé não busca apenas recontar o que já é de domínio público. A série utiliza metáforas visuais e licenças narrativas para explorar o lado humano e simbólico de seus protagonistas. Essa abordagem dá ao público uma nova perspectiva sobre casos que ganharam contornos sensacionalistas na imprensa, questionando até que ponto a sociedade transforma a tragédia em espetáculo.
Com fotografia realista, tom de denúncia e atuações intensas, a produção se destaca como um dos projetos mais ambiciosos do Prime Video no Brasil. Ao mesmo tempo em que revisita crimes reais, Tremembé convida o espectador a refletir sobre os limites entre justiça, punição e espetáculo midiático.
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