“Alice Kingsleigh (Wasikowska) passou os últimos anos seguindo os passos de seu pai e navegando os oceanos. No seu retorno a Londres, ela se depara com um espelho mágico e retorna ao fantástico mundo de Wonderland e seus amigos o Coelho Branco (Sheen), a lagarta Absolem (Rickman), O Gato Risonho (Fry) e o Chapeleiro Maluco (Depp), que não é ele mesmo. O Chapeleiro perdeu sua “insanidade”, então Mirana – a Rainha Banca (Hathaway) – envia Alice em uma jornada em busca da Cronosfera, um globo metálico que fica dentro da câmara do Grande Relógio que controla todo o tempo. Retornando ao passado, ela reencontra amigos – e inimigos – em momentos diferentes de suas vidas, e embarca em uma perigosa corrida para salvar o Chapeleiro antes que o tempo se acabe.”
Durante anos os produtores de “Alice no País das Maravilhas” falaram sobre um segundo filme, mas sabiam com certeza de uma coisa: o filme não seria uma adaptação direta do segundo livro de Carroll. “O livro ‘Através do Espelho’ é essencialmente um apanhado de episódios bizarros e aleatórios da vida de Carroll que não tem relação nenhuma um com o outro”, explica a produtora Suzanne Todd (“Austin Powers”, “Amnésia”, “Across the Universe”), “Então tivemos discussões sobre o que seria interessante tematicamente e o que nós queríamos que a história passasse, mas não tínhamos chegado ao ponto certo ainda”. Ou seja, não é nem um pouco fiel ao livro de Carroll.
Entretanto, o filme é bem surpreendente e ao passar das cenas, mais empolgante fica pra saber qual a resolução Alice encontrará para resolver os problemas tanto fora como dentro do País das maravilhas. O quão incrível é ver coisas simples se transformar em um universo mágico? É o que “Alice Através do Espelho” trás, o tempo é transformado tanto como inimigo, quanto a resolução dos problemas. O enredo é bem montado, não há brechas em nenhum momento, sem deixar nenhuma duvida. Por se bem elaborado, talvez crianças não entenderão o contexto, mas por ser um filme “mágico” e de aventura, com certeza irão gostar.
No universo real, mostra a dificuldade de Alice se inserir numa sociedade machista e retrógrada, que deseja confiná-la à função de assistente dos homens, além de ser julgada por não se vestir de acordo com a sociedade. No imaginário, o trama explora bastante o passado dos personagens secundários, revelando ao público curiosidades sobre a infância das duas rainhas e do Chapeleiro. O espelho é propriamente dito como olhar pra si mesmo, no caso de Alice, seu interior, o que a leva a procurar uma solução para seu problema na vida real.
Vale lembrar que este foi o ultimo trabalho de Alan Rickman antes de falecer em Janeiro desse ano, fechando com chave de ouro sua carreira, participando no filme como a voz de Absolem.