Lançado no Prime Video, Nossa Culpa encerra uma das trilogias espanholas mais comentadas dos últimos anos. Baseado nos livros de Mercedes Ron, o longa reúne Nicole Wallace e Gabriel Guevara mais uma vez como Noah Morán e Nick Leister, agora em uma fase diferente da vida — menos impulsiva, mais marcada pelas consequências de tudo o que viveram.
A trama se passa quatro anos após os eventos de Sua Culpa e acompanha o reencontro dos protagonistas. Noah tenta reconstruir a vida, enquanto Nick enfrenta o peso das decisões que o afastaram dela. O filme troca o tom adolescente dos primeiros capítulos por uma abordagem mais realista, onde a emoção dá lugar à responsabilidade.
O reencontro e o conflito central
O ponto de partida de Nossa Culpa é o reencontro de Noah e Nick durante o casamento de amigos. O evento serve como catalisador para que os dois confrontem tudo o que ficou mal resolvido. O roteiro mantém a tensão que sempre existiu entre eles, mas agora em um contexto mais adulto, onde o passado cobra espaço e as consequências são inevitáveis.

O relacionamento dos protagonistas é tratado com distanciamento e introspecção. Não há mais o glamour da paixão proibida, mas a constatação de que o tempo mudou quem eles são. Noah tenta seguir em frente, mas o reencontro reabre feridas. Nick, por outro lado, encara um momento de desgaste profissional e familiar, especialmente após a doença da mãe.
A virada e a recuperação de Nick
A principal virada ocorre quando Noah descobre que está grávida após uma breve reconciliação. O filme usa essa revelação não como recurso dramático, mas como ponto de inflexão: o futuro dos dois depende de amadurecimento, não de paixão.
O atentado contra Nick, que o deixa em coma, é o ápice da narrativa e também o momento em que Nossa Culpa se aproxima de um drama sobre escolhas. Enquanto ele luta pela vida, Noah dá à luz — duas linhas paralelas que simbolizam fim e recomeço.
Quando Nick desperta, o tom do filme é mais contido: o reencontro final não busca o espetáculo emocional, mas a ideia de superação. Eles escolhem seguir juntos, não por idealização, mas por entender que o passado precisa ser encerrado.
O encerramento da trilogia
O casamento discreto entre Noah e Nick representa o fechamento definitivo do arco da trilogia Culpados. O longa não tenta reinventar o gênero nem oferecer reviravoltas grandiosas. Em vez disso, entrega um desfecho coerente com a trajetória dos personagens — dois jovens que cresceram sob o peso da culpa e agora tentam viver de forma estável.
A cena final, com o casal e o bebê partindo de carro, sintetiza a ideia de continuidade: a vida segue, mesmo sem garantias. A mensagem é clara — o amor amadurecido não tem o mesmo brilho da juventude, mas sobrevive porque aprende a lidar com a realidade.
O que o final de Nossa Culpa significa
O terceiro filme transforma a história de Noah e Nick em um estudo sobre crescimento. O amor deixa de ser o foco central para dar lugar à noção de responsabilidade emocional. A “culpa” do título ganha novo sentido: não é mais peso, mas aprendizado.
Em vez de apostar na tragédia ou na fantasia, Nossa Culpa escolhe o caminho do realismo. É o fim de um ciclo — menos romântico, mais humano. O filme fecha a trilogia com coerência e uma mensagem direta: amadurecer dói, mas é o único caminho possível.
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