O filme Sempre ao Seu Lado, exibido na Sessão da Tarde, é daqueles que seguem com o público muito depois dos créditos finais. O que muita gente talvez não saiba é que ele é baseado em uma história real — a do cão Hachiko, que esperou por seu dono todos os dias durante quase dez anos, mesmo após sua morte.
A versão americana do longa, estrelada por Richard Gere, adapta esse relato verídico para o contexto dos Estados Unidos, mas preserva o elemento mais marcante: a lealdade incondicional de um animal a seu tutor. O final é comovente e silencioso, mas carrega um peso simbólico imenso.
Um fim que simboliza a eternidade do vínculo
Após o falecimento repentino de Parker, seu cão Hachi segue aguardando por ele, dia após dia, na estação de trem. A rotina que antes era de alegria se transforma em um ato de saudade. Sem saber que o dono não voltará, o cão permanece fiel, ignorando o tempo que passa ao seu redor.
A última cena mostra Hachi já idoso, deitado na neve, esperando mais uma vez pela chegada de Parker. Esse momento não é apenas triste é um tributo à ideia de que o amor verdadeiro resiste à ausência e à própria morte. Hachi permanece, ano após ano, motivado por uma lembrança, por um sentimento.
Uma história que aconteceu de verdade
O longa é inspirado na vida real de Hachiko, um cachorro da raça Akita que viveu no Japão nos anos 1920. Seu dono, o professor universitário Hidesaburo Ueno, faleceu de forma inesperada em 1925. Mesmo assim, Hachiko continuou a ir todos os dias à estação de Shibuya, onde costumava encontrar seu tutor. Ele fez isso por nove anos consecutivos, até sua própria morte.
O caso comoveu a população japonesa e logo virou notícia em todo o mundo. Hachiko se tornou um símbolo nacional de lealdade, sendo homenageado com uma estátua na estação de trem onde esperava hoje, um dos pontos turísticos mais visitados de Tóquio.
Por que o final emociona tanto?
A força do desfecho está justamente na sua simplicidade. Não há grandes reviravoltas, trilhas dramáticas exageradas ou frases de impacto. O que existe é o silêncio, a constância e a espera elementos que tocam o espectador porque remetem a sentimentos humanos profundos: fidelidade, perda e memória.
Ao saber que tudo aquilo realmente aconteceu, o impacto do final se torna ainda mais poderoso. O filme não apenas emociona ele homenageia todos os vínculos que resistem ao tempo e às despedidas. Hachiko não sabia que seu dono não voltaria. Mesmo assim, ele esperou. E foi isso que o transformou em uma lenda.
