A Netflix estreou nesta quinta-feira (13) a série japonesa Até o Último Samurai, produção que promete unir ação visceral e reflexão sobre a moral dos guerreiros. Conhecida internacionalmente como Last Samurai Standing, a obra leva o código samurai ao limite, combinando o visual cinematográfico dos dramas de época com a intensidade de um jogo de sobrevivência.

Criada por Michihito Fujii (The Family) e Kento Yamaguchi, a produção é protagonizada por Junichi Okada, também produtor e coreógrafo de ação. Em entrevista à The Hollywood Reporter, Okada afirmou que a intenção foi “atualizar o jidaigeki” — gênero japonês de dramas históricos — preservando o respeito às tradições que moldaram o espírito samurai.

O enredo e o conflito da honra

A trama se passa em 1878, durante a transição entre o Japão feudal e a modernização da Era Meiji. Nesse contexto de mudança, Shujiro Saga (Okada), um samurai desonrado, aceita participar de um torneio mortal entre quase trezentos guerreiros. O objetivo: arrancar a etiqueta de madeira dos rivais e sobreviver até o fim. O prêmio é uma fortuna incalculável — o custo é a vida.

Imagem da série Até o Último Samurai
Imagem promocional da série Até o Último Samurai (foto: Reprodução/Netflix)

Por trás da competição, a série discute o colapso do código de honra que guiava os samurais por séculos. O que resta de lealdade e disciplina quando o mundo abandona essas virtudes? Essa tensão entre passado e presente sustenta o enredo e transforma a violência em metáfora sobre identidade, orgulho e sobrevivência.

Elenco, direção e estética

Com seis episódios de aproximadamente uma hora, Até o Último Samurai reúne nomes conhecidos da dramaturgia japonesa: Kaya Kiyohara, Masahiro Higashide, Shota Sometani e Yumia Fujisaki completam o elenco. As filmagens ocorreram em locações históricas como o Templo Tenryu-ji, em Quioto, reproduzindo com precisão o Japão em transformação.

A crítica internacional tem destacado a autenticidade visual e as coreografias de luta excepcionalmente filmadas pela plataforma, ressaltando que a produção encontra equilíbrio entre espetáculo e introspecção. O realismo das batalhas e o peso dramático das decisões fazem da série uma das apostas mais sofisticadas da Netflix Japão.

Vale a pena assistir?

Mais do que ação e ambientação detalhista, Até o Último Samurai se diferencia ao tratar o gênero samurai como uma reflexão sobre a humanidade diante da mudança. Para quem se interessou por produções recentes como Shōgun ou House of Ninjas, a série surge como uma nova leitura sobre legado e sacrifício — em um Japão dividido entre tradição e sobrevivência.

Até o Último Samurai estreou nesta quinta (13), exclusivamente na Netflix, e tem tudo pra ser uma das produções japonesas mais comentadas do ano.

Estudante de jornalismo apaixonado por séries, sempre em busca da próxima maratona. Atualmente, estagiário no Séries em Cena, onde exploro o universo das produções e compartilho meu olhar crítico sobre o que está em alta no mundo das telinhas. E-mail: lucas.emanuel@seriesemcena.com.br