Até o Último Samurai, nova produção japonesa da Netflix lançada nesta quinta-feira (13), chamou a atenção do público logo na estreia por unir duas forças conhecidas do streaming: a dinâmica de sobrevivência que lembra Round 6 e a reconstrução histórica que remete ao impacto cultural de Shōgun. A série equilibra competição brutal e reconstituição de época com uma ambição visual incomum.

No centro da trama está um torneio sangrento que reúne 292 guerreiros desonrados em plena Era Meiji, período em que o Japão abandonava o sistema feudal para adotar a modernização. O protagonista Shujiro Saga (Junichi Okada) entra na disputa para salvar a própria família, enquanto encara conflitos políticos, dilemas de honra e um país em transformação. Segundo o Time, a produção foi concebida como “um épico sobre os últimos ecos da era dos samurais”, reforçando o peso cultural por trás da série.

A dinâmica que aproxima a série de Round 6

A semelhança com Round 6 nasce da estrutura narrativa baseada em eliminação. Em Até o Último Samurai, cada guerreiro recebe uma etiqueta de madeira e precisa tomar as dos adversários para seguir vivo no torneio. A corrida mortal entre Kyoto e Tóquio cria um ambiente de pressão constante, ritmo acelerado e tensão crescente — exatamente o tipo de construção que fez o fenômeno coreano explodir no mundo inteiro.

Imagem da série Até o Último Samurai
Cena do primeiro episódio de Até o Último Samurai (foto: Reprodução/Netflix)

No entanto, a diferença está no foco. Enquanto Round 6 trabalha críticas ao capitalismo e à desigualdade moderna, a produção japonesa usa o formato para discutir honra, sobrevivência e identidade num Japão que abandona sua tradição samurai.

A reconstrução histórica que dialoga com Shōgun

O segundo paralelo forte é com Shōgun. A nova série da Netflix se apoia em ambientação meticulosa, cenários reais, figurinos de época e fotografia robusta. A reconstituição da Era Meiji dá profundidade à narrativa, mostrando um país dividido entre velhos valores e a chegada de um futuro industrial.

A presença de alianças instáveis, conspirações políticas e disputas de poder também reforça essa aproximação. Embora Até o Último Samurai seja mais violenta e focada em ação física, o cuidado estético e a densidade dramática aproximam a produção do clássico da FX.

Elenco, episódios e disponibilidade no streaming

A produção é estrelada por Junichi Okada, além de contar com nomes como Kaya Kiyohara, Yumia Fujisaki e Masahiro Higashide. A primeira temporada conta com seis episódios, variando entre 47 e 58 minutos. A série pode ser assistida diretamente na Netflix, com dublagem em português.

Até o Último Samurai surge como uma das apostas mais fortes do streaming japonês neste fim de ano, equilibrando ação coreografada, densidade histórica e uma narrativa de sobrevivência que conversa com tendências globais. Para acompanhar outras novidades do universo das séries, siga o Séries em Cena no Instagram e ative o canal do site no Google Notícias.

Estudante de jornalismo apaixonado por séries, sempre em busca da próxima maratona. Atualmente, estagiário no Séries em Cena, onde exploro o universo das produções e compartilho meu olhar crítico sobre o que está em alta no mundo das telinhas. E-mail: lucas.emanuel@seriesemcena.com.br