O Pior Vizinho do Mundo, adaptação norte-americana do romance sueco escrito por Fredrik Backman, está disponível na Netflix e entrega um desfecho emocional que costura a jornada de Otto Anderson com temas de luto, empatia e reconexão.

Interpretado por Tom Hanks, o protagonista inicia a história como um viúvo amargurado, preso à rotina e ao ressentimento, mas encerra o filme transformado por vínculos que ele não esperava formar.

Tom Hanks como Otto olhando pela janela em O Pior Vizinho do Mundo
Tom Hanks como Otto em O Pior Vizinho do Mundo (foto: Reprodução/Sony Pictures)

O que leva Otto ao limite emocional em O Pior Vizinho do Mundo

À medida que o longa avança, Otto tenta diversas vezes tirar a própria vida — não por impulso, mas por um luto que se arrasta desde a morte de sua esposa, Sonya. O roteiro utiliza esses momentos como confronto direto entre o personagem e o vazio em que ele vive, sempre interrompidos por seus vizinhos, especialmente Marisol, uma mãe determinada que se muda para o bairro e passa a desafiar a muralha emocional que Otto ergueu. O final começa a se desenhar quando Otto aceita, mesmo relutante, ocupar um lugar na vida da família sem perceber que também está sendo salvo por ela.

Como Marisol muda o rumo da história e salva Otto sem perceber

A virada definitiva acontece quando o protagonista enfrenta um colapso cardíaco. Durante o atendimento, Otto apresenta Marisol como seu “parente mais próximo”, evidenciando que a relação entre eles, construída em atritos e afeto inesperado, se tornou a mais importante de sua vida. Nesse processo, o filme usa lembranças de Sonya para reforçar que Otto não está substituindo o passado, mas permitindo que a memória da esposa conviva com novas formas de afeto.

Otto e Marisol conversando na calçada em O Pior Vizinho do Mundo
Marisol tenta quebrar a resistência de Otto em O Pior Vizinho do Mundo (foto: Reprodução/Sony Pictures)

A morte de Otto: o que realmente acontece na cena final

A passagem do tempo nos leva três anos para frente, em um dos momentos mais impactantes do longa. Tommy, o vizinho que Otto inicialmente detestava, estranha que o amigo não tenha limpado a calçada durante a nevasca — hábito que simbolizava sua disciplina e seu senso rígido de dever. Ao entrar na casa, ele encontra Otto sem vida.

O desfecho é construído através de uma carta deixada para Marisol. Nela, Otto a nomeia oficialmente como herdeira de sua casa, de suas economias, da caminhonete e até do gato que o acompanhou na reta final.

O filme termina dizendo que Otto encontrou uma paz que parecia inalcançável. Ele iniciou a trama como um homem quebrado, mas morre cercado por laços que jamais imaginou construir.

O longa deixa claro que ele não foi salvo apenas por empatia — Otto também mudou a vida das pessoas à sua volta, ajudando a impedir injustiças, acolhendo vizinhos e, sobretudo, oferecendo a Marisol e sua família algo que achava ter perdido: a capacidade de cuidar.

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Estudante de jornalismo e apaixonado por cultura pop. Escrevo sobre séries, filmes e tudo que movimenta o entretenimento no Séries em Cena. E-mail: igor@seriesemcena.com.br