O filme A Melhor Mãe do Mundo, novo longa brasileiro que chegou à Netflix na sexta (07/11), não é baseado em uma história real específica, mas foi inspirado em experiências reais.
A diretora Anna Muylaert, conhecida por Que Horas Ela Volta?, revelou que a trama nasceu de vivências pessoais e pesquisas documentais com mulheres catadoras de recicláveis em São Paulo.

Em entrevista à Elle Brasil, Muylaert contou que quis abordar o tema da violência doméstica após ter vivido uma relação abusiva. A ideia se consolidou quando conheceu, por meio da atriz Ana Flávia Cavalcanti, o universo das “carroceiras” — mulheres que trabalham recolhendo materiais nas ruas e, muitas vezes, criam os filhos nesse mesmo ambiente.
“Eu estava querendo fazer uma história sobre relacionamento abusivo, porque tinha passado por isso e estava muito em choque por ter permitido muitas coisas. Um dia, a Ana Flávia me contou sobre as carroceiras que trabalham com as crianças na carroça. Resolvi juntar as duas coisas”, explicou Muylaert.
A partir dessa fusão entre drama pessoal e pesquisa social, o filme nasceu como uma ficção com raízes no real, um retrato sensível e contundente da maternidade em situação de vulnerabilidade.
Sobre o que é o filme A Melhor Mãe do Mundo?
Na trama, Gal (Shirley Cruz) é uma catadora de recicláveis que vive em São Paulo com o marido, Leandro (Seu Jorge), e os dois filhos pequenos. Cansada de sofrer violência doméstica, ela decide fugir de casa e levar as crianças em uma carroça pelas ruas da cidade.
Enquanto tenta proteger os filhos da dureza da realidade, Gal transforma a fuga em uma jornada de resistência e sobrevivência. O filme mistura drama social e ternura, mostrando como o amor materno pode ser, ao mesmo tempo, abrigo e prisão.
Anna Muylaert usa a história de Gal para dar visibilidade a mulheres que raramente aparecem nas telas: trabalhadoras precárias, negras, mães solo e vítimas de violência que lutam todos os dias para manter a dignidade.
Um retrato do Brasil real
Embora seja uma obra de ficção, A Melhor Mãe do Mundo reflete histórias que acontecem todos os dias em grandes cidades brasileiras. A jornada de Gal ecoa o cotidiano de milhares de mulheres que enfrentam o medo, a pobreza e a solidão sem deixar de lutar pelos filhos.
Ao transformar essas experiências em cinema, Anna Muylaert reafirma a força do olhar feminino no audiovisual brasileiro e entrega uma das narrativas mais emocionantes do ano.
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