Invocação do Mal 4: O Último Ritual marca um ponto de virada na franquia de terror mais lucrativa da Warner Bros. Diferente dos longas anteriores, baseados em vitórias do casal Warren contra forças demoníacas, o novo filme mergulha no Caso Smurl — uma história real em que Ed e Lorraine Warren saíram derrotados. E isso não é só narrativa: é fato documentado.
Os atores Patrick Wilson e Vera Farmiga retornam no papel do casal protagonista, que desempenham desde o primeiro filme da franquia. Eles darão vida novamente a Ed e Lorraine, diante do desafio mais difícil de sua carreira paranormal.
O longa, com estreia marcada para 4 de setembro nos cinemas, adapta o fenômeno conhecido como O Poltergeist da Família Smurl, registrado entre 1974 e 1989 na Pensilvânia, EUA.
A escolha do caso é ousada, pois apresenta ao público o único episódio investigado pelos Warrens que terminou sem exorcismo eficaz, sem libertação e com enorme controvérsia pública.
O que foi o poltergeist da Família Smurl?
O Caso Smurl envolveu a alegada infestação demoníaca na casa da família Smurl, que incluía agressões físicas, ruídos estranhos, mau cheiro inexplicável, aparições e levitação. Janet e Jack Smurl, os pais, relataram mais de uma década de manifestações paranormais em sua residência.
Ed e Lorraine Warren foram chamados em 1986 para investigar os acontecimentos. Segundo os demonologistas, a casa estava possuída por uma entidade demoníaca extremamente agressiva.
Os renomados investigadores paranormais concluíram que a casa da família Smurl estava sob influência de quatro entidades: o espírito de uma idosa, uma jovem com traços violentos, um homem que havia morrido no local e um demônio. De acordo com os Warrens, o demônio manipulava os outros três para enfraquecer emocionalmente os moradores e facilitar os ataques espirituais.
Por que os Warrens não conseguiram resolver?
A principal razão pela qual Ed e Lorraine não conseguiram resolver o caso da família Smurl envolve três fatores interligados:
1. A recusa da Igreja Católica
Embora os Warrens tenham solicitado uma autorização formal para realizar um exorcismo, a Igreja se negou a reconhecer oficialmente a possessão. Isso limitou a atuação deles e dificultou qualquer ação de “banimento”.
2. Entidade considerada resistente a rituais
Relatos dos Warrens indicam que a entidade não reagia como outras já enfrentadas. Mesmo com orações, bênçãos e tentativas de purificação espiritual, os ataques continuaram. Isso levou Lorraine a classificar o demônio como “incomum e resistente a intervenção espiritual”.
3. Pressão da mídia e ceticismo crescente
Após a repercussão do caso na imprensa, muitos passaram a questionar a veracidade dos fatos. A falta de provas físicas consistentes, aliada à exploração midiática do episódio, enfraqueceu a legitimidade da investigação e impediu avanços maiores.
Alguns chegaram a comentar que a família sofria de distúrbios pscicologios e que os eventos eram coisas naturais.
O legado do caso para a franquia de Invocação do Mal
Ao escolher o Caso Smurl para Invocação do Mal 4: O Último Ritual, a franquia adota um tom mais sombrio e maduro. Pela primeira vez, o foco não está em uma “vitória do bem sobre o mal”, mas sim na impotência diante do inexplicável. Isso aumenta o realismo e pode gerar um dos filmes mais tensos da saga.
A abordagem também permite explorar o lado mais humano de Ed e Lorraine Warren. Eles deixam de ser heróis invencíveis para assumir o papel de investigadores diante de uma força incontrolável.
Além disso, pelo trailer divulgado na semana passada, fica evidente que a entidade que assombra a família os utiliza apenas como isca para atrair Lorraine.
Essa mesma estratégia narrativa foi usada em Invocação do Mal 2, no qual o demônio Valak persegue Lorraine sem revelar suas verdadeiras intenções, usando a garota Janet como distração. Agora, sua presença neste novo filme deve assumir um papel ainda mais decisivo.
Invocação do Mal 4 chega aos cinemas em 4 de setembro.
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