Néro é o mais novo drama histórico lançado nesta quinta (09/10) pela Netflix. A produção transporta o público para o início do século 16, em um cenário devastado por guerras e crenças extremas, onde a fronteira entre fé e superstição parece prestes a ruir. No centro da história está Néro, vivido por Pio Marmaï, um homem que precisa enfrentar o passado para salvar a filha que abandonou.
Ao ser traído por seu mestre e entregue a uma bruxa enigmática, o protagonista é forçado a iniciar uma jornada que combina violência, mistério e redenção. O tom é sombrio e o olhar da série é abertamente trágico, apresentando um anti-herói dividido entre a culpa e a necessidade de sobrevivência.

Uma jornada pela França do século 16
A trama tem início em 1504, no sul da França, assolado por uma seca que ameaça dizimar aldeias inteiras. Nesse contexto, Néro atua como matador de aluguel a serviço de Rochemort (Louis-Do de Loncquesaing), um conselheiro político que deseja ampliar seu poder por meio de um casamento arranjado entre sua filha, Hortense (Alice Isaaz), e um aliado de sua influência.
Enquanto isso, o Vaticano descobre uma profecia demoníaca: o corpo de uma criança seria o receptáculo de uma força infernal. A escolhida para cumprir essa visão é justamente Perla, a filha de Néro, criada em um orfanato e sem saber de sua origem. Quando o destino das duas famílias colide, o protagonista se vê perseguido por nobres corruptos e por inquisidores movidos pela fé cega.
O resultado é uma narrativa de ritmo intenso, em que Néro tenta proteger Perla das forças que a caçam, cruzando um país mergulhado em paranoia religiosa e intrigas políticas.
Néro é o novo drama europeu da Netflix que merece atenção
Néro se destaca por tratar o gênero histórico com ousadia, substituindo o didatismo pela intensidade dramática. A série não busca reproduzir fatos com precisão, mas explorar o impacto das crenças e da violência na alma de seus personagens.

O ponto central da série é o contraste entre dois tipos de paternidade: de um lado, o vínculo entre Rochemort e Hortense, sustentado por manipulação e ambição; do outro, o elo entre Néro e Perla, construído a partir da culpa e da tentativa de reparação. Essa dualidade emocional reforça a força da narrativa e dá profundidade às motivações dos personagens.
A direção aposta em cenários melancólicos e fotografia carregada, o que amplia a sensação de decadência e desespero. O resultado é uma experiência densa e visualmente impressionante, em que a brutalidade da época convive com momentos sutis de empatia e humanidade.
Com atuações sólidas, roteiro afiado e clima de tragédia inevitável, a produção francesa se firma como uma das apostas mais adultas e autorais do catálogo recente da Netflix. Para quem gosta de histórias sobre fé, fanatismo e redenção, Néro promete ser uma das surpresas mais sombrias e envolventes do ano.
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