A Netflix segue expandindo uma de suas franquias mais comentadas dos últimos anos. Depois de explorar o horror real por trás de figuras como Jeffrey Dahmer e Ed Gein, a série antológica Monstro agora volta suas atenções para Lizzie Borden — mulher acusada de assassinar o pai e a madrasta com um machado no final do século XIX. O caso, que dividiu a opinião pública americana, é até hoje um dos mais discutidos nos anais do crime.
Criada por Ryan Murphy e Ian Brennan, a produção promete manter o tom sombrio e investigativo das temporadas anteriores, mergulhando nos aspectos psicológicos, sociais e culturais que transformaram Lizzie em uma figura tão temida quanto enigmática.
O crime que chocou os Estados Unidos
Em 4 de agosto de 1892, Andrew Borden e sua esposa, Abby, foram encontrados mortos em sua casa, em Fall River, Massachusetts. As vítimas sofreram golpes violentos na cabeça e no rosto, em um dos assassinatos mais brutais já registrados na região. Na manhã do crime, apenas Lizzie, filha mais nova de Andrew, estava presente na residência — junto com a empregada, Bridget Sullivan.

A investigação ganhou força dias depois, quando a polícia descobriu que Lizzie havia comprado uma substância tóxica pouco antes do crime e queimado um vestido logo após os assassinatos. A descoberta de uma pequena machadinha no porão da casa bastou para colocá-la no centro das suspeitas.
O julgamento e a polêmica da absolvição
O julgamento, iniciado em junho de 1893, se transformou em um espetáculo midiático sem precedentes. O público acompanhava cada detalhe pela imprensa, que já havia transformado Lizzie em vilã antes mesmo da sentença. A defesa, no entanto, argumentou que as provas eram circunstanciais e questionou o modo como os depoimentos foram coletados.
Após menos de duas horas de deliberação, o júri absolveu Lizzie Borden de todas as acusações. Ainda assim, a decisão não apagou o estigma que a acompanhou pelo resto da vida. Ela continuou vivendo na mesma cidade, ao lado da irmã Emma, mas enfrentou o desprezo dos vizinhos e o julgamento da sociedade.
Uma figura entre o mito e a realidade
Mesmo com o veredito de inocência, Lizzie Borden tornou-se símbolo de um paradoxo histórico: uma mulher respeitável da elite acusada de um crime impensável. Sua imagem foi explorada pela cultura popular em filmes, peças e músicas, e o caso é estudado até hoje por criminologistas e historiadores que tentam entender o que realmente aconteceu naquela manhã de agosto.
A nova temporada promete explorar tanto o contexto machista e moralista da época quanto as contradições que moldaram a reputação de Lizzie Borden — inocente para a Justiça, culpada para a História. A quarta temporada de Monstro ainda não possui uma data de estreia.
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