Lançado mundialmente pela Netflix nesta sexta-feira (7), Frankenstein marca o retorno de Guillermo del Toro ao gênero que o consagrou. Com roteiro e direção do cineasta mexicano, o longa revisita o romance de Mary Shelley, explorando temas de culpa, ambição e perdão em um tom mais introspectivo e humano.
O filme acompanha o cientista Victor Frankenstein (Oscar Isaac), que, devastado pela morte da mãe, decide desafiar os limites da natureza para criar vida. Movido pela obsessão de vencer a morte, ele constrói uma criatura a partir de restos humanos e a traz à existência em uma noite tempestuosa.
Mas, em vez de celebrar o sucesso, Victor se assusta com o resultado. A criatura (Jacob Elordi), recém-nascida e confusa, é abandonada pelo criador. Rejeitada e sozinha, ela vaga pelo mundo em busca de propósito, aprendendo a falar, sentir e compreender o que significa existir.
Ao mesmo tempo, Victor tenta apagar seu erro, mas o passado volta para cobrá-lo. A criatura reaparece anos depois, exigindo explicações e pedindo algo que o cientista não esperava: a criação de uma companheira.
O confronto entre criador e criação
Del Toro conduz essa parte com tensão e melancolia. Victor recusa o pedido, e o relacionamento entre os dois entra em colapso. O sentimento de rejeição se transforma em raiva, e a criatura decide que o criador precisa enfrentar as consequências de sua própria ambição.

A história se torna uma perseguição moral e literal. Victor parte em busca do ser que criou, enquanto a criatura passa a caçá-lo também — um espelho trágico entre pai e filho, criador e criação. A jornada leva ambos ao Ártico, um cenário de gelo e silêncio que simboliza o esgotamento de suas almas.
O que acontece no final de Frankenstein
Na reta final, Victor é encontrado por um navio britânico preso no gelo. Ferido e delirante, ele narra aos marinheiros toda sua história, reconhecendo que o verdadeiro erro não foi criar a vida, mas negar afeto àquilo que criou.

Pouco depois, a criatura aparece no convés. Ela não busca mais vingança, mas encerramento. Victor, já sem forças, pede perdão, e o ser feito de pedaços humanos o perdoa. Um momento silencioso, mostrado por del Toro com austeridade e emoção.
Victor morre diante da criatura, que cobre seu corpo e o observa em silêncio. Pela primeira vez, o monstro demonstra plena empatia. O horror termina em compaixão.
O desfecho e o significado
Após a morte de Victor, a criatura ajuda o navio a escapar do gelo e caminha sozinha até o horizonte. O sol nasce — a primeira luz do filme. Essa imagem encerra a história com esperança: o ser rejeitado decide continuar vivendo. Ele não se destrói, como no livro original, mas escolhe existir, mesmo com suas cicatrizes.
O final simboliza a redenção. Victor representa a arrogância humana; a criatura, a consciência que sobrevive a ela. Quando o sol toca sua pele, o monstro deixa de ser um erro e se torna um ser autônomo — o elo entre a criação e a humanidade.
Guillermo del Toro transforma o mito em uma parábola sobre amor e responsabilidade. Em vez de punição, ele entrega compreensão. Mais do que uma história sobre o homem que quis ser Deus, Frankenstein é sobre o monstro que aprendeu a ser mais humano do que o próprio homem.
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