A 2ª temporada de Baby Bandito estreou nesta quarta-feira (22) na Netflix, retomando o universo inspirado em um dos crimes mais famosos da história recente do Chile. A produção combina ação, drama e crítica social para revisitar, em tom ficcional, a trajetória de Kevin Olguín — o jovem que se tornou símbolo de ambição, ostentação e tragédia.
Criada por Diego Muñoz, Simón Soto, Luis Alejandro Pérez e Catalina Calcagni, e produzida pela Fábula, a mesma produtora de Uma Mulher Fantástica, a série mistura realidade e ficção para discutir a linha tênue entre fama, poder e criminalidade.
O crime que inspirou a história
Em 2014, um grupo de assaltantes realizou o “roubo do século” no Aeroporto Internacional de Santiago, levando cerca de US$ 10 milhões sem disparar um único tiro. O crime chocou o país e virou manchete em todo o mundo pela ousadia e precisão do plano.

Foi nesse contexto que surgiu Kevin Olguín, apontado como um dos envolvidos e rapidamente batizado pela imprensa chilena como “Baby Bandito”. Jovem, carismático e ativo nas redes sociais, ele se tornou um símbolo midiático — entre a glória e a polêmica.
Da vida real à ficção
Na adaptação da Netflix, o protagonista Kevin Tapia (vivido por Nicolás Contreras) é uma versão inspirada em Olguín, mas a trama assume liberdade criativa para explorar temas como desigualdade e o preço da fama. Na 1ª temporada, o personagem é um skatista apaixonado que decide roubar uma fortuna para fugir com a namorada Génesis (Francisca Armstrong).
Já na nova fase, lançada hoje, Kevin tenta abandonar o crime, mas é forçado a voltar quando sua mãe corre perigo. Ao lado da enigmática Mística (Carmen Zabala), ele enfrenta a violenta gangue dos Carniceros. A série se consolidou por retratar o contraste entre juventude, fama e crime em uma sociedade marcada pela desigualdade, além de transformar um episódio real em reflexão sobre poder e consequências.
O destino trágico do verdadeiro “Baby Bandito”
O fascínio em torno de Kevin Olguín cresceu com o tempo, mas terminou de forma trágica. De acordo com o jornal chileno La Tercera, no final de agosto desse ano, o verdadeiro “Baby Bandito” foi assassinado em Cerro Navia, região metropolitana de Santiago. Ele tinha 32 anos e estava acompanhado de uma mulher, que também morreu no tiroteio.
A morte encerrou uma trajetória marcada por contradições — de símbolo da audácia juvenil a retrato do preço da notoriedade.
Fama, crime e crítica social
Mais do que uma história sobre assaltos, Baby Bandito fala sobre a busca por reconhecimento e os limites da ambição. A série usa o caso real como ponto de partida para discutir o impacto das redes sociais e da exposição na formação de uma geração que confunde sucesso com visibilidade.
Com estética urbana, trilha pulsante e narrativa envolvente, Baby Bandito reafirma o espaço das produções chilenas no catálogo da Netflix. A nova temporada aprofunda o dilema do protagonista e mostra que, no universo do crime, escapar pode ser mais difícil do que roubar.
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