A Netflix acumula algumas produções de terror, mas poucas foram tão mal compreendidas quanto Black Summer. A série estreou em 2019 com uma proposta direta: mostrar o caos dos primeiros dias de um apocalipse zumbi. Com apenas duas temporadas, a produção acabou encerrada sem renovação, mas deixou uma marca sólida entre quem realmente assistiu.
Diferente de The Walking Dead, Black Summer fugiu do formato tradicional das narrativas pós-apocalípticas. No lugar de tramas extensas e arcos emotivos, a série investiu em capítulos fragmentados, mudanças bruscas de perspectiva e sequências longas que colocam o espectador dentro da ação. É tudo cru, rápido e desesperador — exatamente o que tornou a produção mais realista do que a média.

Black Summer foge do padrão das séries de zumbis
Enquanto boa parte das produções do gênero aposta em tramas longas, alianças dramáticas e vilões centrais, Black Summer escolheu o caminho oposto. Cada episódio segue uma estrutura fragmentada, guiada por pontos de vista diferentes e situações que mudam em segundos. O foco sempre foi o caos inicial e a sobrevivência instintiva, o que tornou a série imprevisível e mais próxima de um registro documental do colapso.
Essa estética crua virou sua principal assinatura. As longas sequências sem cortes, os confrontos silenciosos e o comportamento agressivo dos infectados colocaram a série como uma das mais intensas da plataforma. Para muitos críticos, foi justamente esse realismo que afastou parte do público acostumado a produções mais tradicionais.
Por que a série não avançou para uma terceira temporada
Após a segunda temporada, lançada em 2021, a Netflix não anunciou renovação. A ausência de divulgação, a demora entre as temporadas e o formato menos comercial pesaram no desempenho global. Embora a série tenha conquistado uma base fiel, o alcance não atingiu o patamar que a plataforma costuma exigir para produções de gênero.
Ainda assim, quem acompanha Black Summer sabe que a história tinha espaço para novas linhas narrativas. A jornada dos personagens, moldada por perdas e encontros abruptos, mostrava um universo aberto e com potencial para se expandir por diferentes locais e grupos.

Por que ela merece ser redescoberta agora
Com a volta de discussões sobre produções de terror, epidemias fictícias e narrativas pós-apocalípticas, Black Summer tem tudo para ser revisitada. Os episódios curtos, a montagem precisa e o foco em personagens comuns tornam a série ideal para quem busca algo direto, sombrio e sem enrolações.
É o tipo de produção que envelhece bem: quanto mais o público revisita, mais percebe escolhas técnicas e criativas que passaram despercebidas na estreia.
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