A série Império de Amsterdã, lançada pela Netflix na última quinta-feira (30), mergulha em um universo de luxo, ambição e corrupção ambientado na capital holandesa. Criada por Nico Moolenaar, Bart Uytdenhouwen e Piet Matthys, a produção acompanha Jack van Doorn (Jacob Derwig), magnata dono da rede de coffeeshops The Jackal, e Betty Jonkers (Famke Janssen), sua esposa e ex-estrela pop que decide tomar o controle do império após uma traição.

A trama mistura drama familiar e crime corporativo em um pano de fundo urbano que transforma Amsterdã em um personagem vivo — entre canais, luzes de néon e becos do distrito da luz vermelha. São sete episódios na primeira temporada, com diálogos em holandês e produção entre Holanda, Bélgica e Luxemburgo.

É baseada em fatos reais?

Apesar de ambientada em um universo muito próximo da realidade, Império de Amsterdã não é baseada em fatos reais específicos. Em entrevista ao Decider, a atriz Famke Janssen esclareceu que a trama é totalmente ficcional, ainda que inspirada em “elementos reconhecíveis da cultura de Amsterdã e de sua política de tolerância às drogas”.

Os criadores da produção também afirmaram ao The Hollywood Reporter que a série não retrata pessoas ou empresas reais, mas “explora as zonas cinzentas entre legalidade e moralidade que definem o comércio de cannabis na Holanda”. Esse pano de fundo é inspirado no sistema conhecido como gedoogbeleid — a política holandesa que permite a venda controlada de maconha em coffeeshops, embora o cultivo e a distribuição em larga escala permaneçam ilegais.

Imagem da série Império de Amsterdã
Cena da série Império de Amsterdã (foto: Reprodução/Netflix)

Visualmente, a rede fictícia The Jackal dialoga com espaços reais como o The Bulldog, um dos coffeeshops mais antigos e icônicos de Amsterdã. Com isso, a série usa esse tipo de referência estética e cultural para construir um retrato de poder, ambição e hipocrisia dentro de um capitalismo que se disfarça de tolerância.

A força de Famke Janssen no papel central

Na mesma entrevista, a atriz contou que aceitou atuar novamente em holandês após anos em Hollywood porque a personagem “não é apenas a esposa traída, mas uma mulher de poder e contradições”. Além de protagonizar a série, ela também atua como produtora executiva e ajudou a construir o figurino de Betty da personagem, pensado para refletir “glamour e instabilidade”.

A série ainda ganhou destaque por lançar a música fictícia Forever Pour Toujours, interpretada pela própria atriz como parte do passado da personagem — um toque que reforça a mistura entre ficção e realidade.

Uma ficção ancorada no real

Mesmo sem ligação direta com uma história verídica, Império de Amsterdã captura de forma convincente as nuances do poder, da ambição e da moralidade em um cenário inspirado pela vida real. A série combina entretenimento e crítica social, mostrando que, às vezes, a ficção pode ser o reflexo mais fiel da realidade.

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Estudante de jornalismo apaixonado por séries, sempre em busca da próxima maratona. Atualmente, estagiário no Séries em Cena, onde exploro o universo das produções e compartilho meu olhar crítico sobre o que está em alta no mundo das telinhas. E-mail: lucas.emanuel@seriesemcena.com.br