A nova adaptação de Guerra dos Mundos, lançada pelo Prime Video, foge completamente das versões anteriores da obra. Em vez de naves e explosões, o filme mergulha no universo da tecnologia e da vigilância digital, apresentando uma invasão alienígena silenciosa, que avança por data centers, nuvens de armazenamento e redes corporativas. No centro da história está Will Radford (Ice Cube), um analista de segurança que descobre que o governo sabia da ameaça há muito mais tempo do que dizia.
Conforme os ataques se intensificam, Will precisa correr contra o tempo ao lado dos filhos para encontrar uma solução capaz de deter os invasores. A saída vem de onde ninguém esperava: um vírus biotecnológico adaptado por sua filha, Faith, que trabalha com engenharia genética. A missão, no entanto, exige acesso físico a um servidor central. E é aí que o filme começa a dar voltas ousadas — e até cômicas.
A entrega do vírus e o momento de tensão
Para implantar o vírus que destruiria os alienígenas, a família recorre a um drone de entregas da Amazon, que se torna peça-chave do plano. Em meio ao caos, a operação depende da ajuda de um estranho na rua, subornado com um voucher para religar o aparelho e permitir que ele finalize sua rota até o prédio do governo. A sequência tem um tom quase satírico, evidenciando a dependência da sociedade em relação às grandes corporações.

Will decide subir até o alto do edifício para ativar o vírus manualmente. Antes disso, ele envia mensagens de despedida e libera arquivos pessoais para os filhos, sugerindo que não voltará vivo. O momento carrega carga emocional e simboliza sua tentativa de redenção como pai. Mas o filme surpreende ao mostrar, nos instantes finais, que ele sobreviveu — embora sem explicar como.
Conspiração exposta e família reunida
Com os alienígenas neutralizados, os documentos secretos sobre a invasão e o programa de vigilância Goliath são divulgados ao público. Altas autoridades são responsabilizadas por esconder informações por décadas, e o nome de Will passa a representar um símbolo de resistência. No último ato, ele reaparece ao lado da filha, agora grávida, em uma reunião familiar marcada pela reconciliação.
O final de Guerra dos Mundos não fecha todas as pontas, mas propõe reflexões sobre o papel do indivíduo diante de sistemas de controle e vigilância. Ao trocar armas por dados e naves por algoritmos, a produção acerta ao contextualizar o medo da invasão para o século XXI — ainda que divida opiniões com suas escolhas estéticas e narrativas.
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