Ultimamente, a maioria dos filmes de terror possuem narrativas óbvias e em seu enredo possuem: uma família disfuncional e decisões erradas. Viagens são as premissas óbvias e básicas da maioria dos filmes desse gênero, porém existe um nome na indústria chamado Ari Aster que desconstrói a maioria desses padrões construídos e já o conhecemos pelo belíssimo trabalho em Hereditário, que possui uma história forte e uma desconstrução de alguns clichês que já nos acostumamos.
Agora chegou a vez de Midssomar, um longa repleto de personalidade e agonia.
Com uma premissa bem simples mas que engana, o longa conta a história de Dani (Florence Pugh) uma garota normal que vive longe dos pais e sente muita falta deles. Não temos detalhes da história dela com a família, o que recebemos de informações é que sua irmã tem muitos problemas. Quando uma tragédia acontece, Dani viaja com seu namorado e amigos para um festival de verão em uma Vila Sueca, onde tudo parece estar bem, até que…
A construção da vila é muito bem-feita. Há planos abertos para mostrar a vida dos habitantes, a rotina e as ambições, e tudo parece normal onde não há grande exploração dos personagens de lá, e só sabemos que eles possuem hábitos que não são muito tradicionais.
Ao longo da narrativa, nos questionamos com algumas perguntas como as icônicas do Globo Repórter: “Quem são essas pessoas? Por que usam essas roupas? Aonde vivem? O que comem? Por que fazem essas tradições? E algumas destas perguntas não são tão bem respondidas e nos traz um grande desconforto por não sabermos do que se trata.
A grande sacada de Midssomar é a escolha de usar a luz do dia para mostrar todas as bizarrices do lugar. Ari Aster ousou por isto e não houve escolha mais certeira do que essa.
O elenco é o que faz o filme funcionar com extrema perfeição, Florence Pugh está excepcional e conseguimos sentir a sua agonia! Ela merece uma indicação ao Oscar 2020. Além dela, todos os atores sustentam muito bem o filme e dão a personalidade que faltava.
O que fica claro em Midssomar é que Aster teve uma grande liberdade de ousar onde não poupou bizarrices e desconforto para o espectador. Além disso, o diretor não dispensou o culto, o satanismo e o pavor.
DICA: Vá ao cinema de estômago vazio e saiba do impacto que está por vir.
Midssomar estreia dia 19 de setembro pela Paris Filmes.
