Na nova série da parceria da Marvel e Netflix conhecemos Danny Rand (Finn Jones), um rapaz que quando criança perdeu seus pais após um terrível acidente de avião. Encontrado no meio do nada acabou sendo criado e treinado por monges de K’un-Lun, então se tornando o Punho de Ferro, uma arma viva destinada a destruir uma organização que se chama de O Tentáculo. Após 15 anos desaparecido, Danny decide retornar a Nova York quando acaba descobrindo que O Tentáculo está usando a empresa de sua família para seus propósitos.

Punho de Ferro tem sido completamente massacrada nas críticas, mas é tão ruim assim? A resposta é não, eu já vi muita coisa bem pior. Mas não estou te dizendo que não há problemas, pois há sim e muitos. Mas nem por isso ela deixa de ser divertida, interessante (na medida do possível) e emocionante, então você não deveria deixar de assistir por isso.

As séries de heróis da Netflix tem um sério problema, elas são muito lentas, há episódios que são simplesmente 50 minutos de nada relevante acontecendo… Agora imagine uma série lenta e sem foco, essa é Punho de Ferro. A falta de foco fica mais evidente principalmente quando se trata dos antagonistas, que aqui são apresentados aos montes e em certo ponto você nem sabe mais o que está acontecendo, pois em nenhum momento é apresentada uma ameaça central para temporada. Quando você acha que eles te mostraram quem é o grande antagonista da vez, acontece um plot twist e as coisas mudam. A impressão que fica é que os roteiristas tiveram muitas ideias e não queriam jogar nenhuma fora, e decidiram colocar tudo na série e que ficasse por isso mesmo.

Punho de Ferro erra feio ao apostar em diálogos expositivos e repetitivos. Se você parar para contar, Danny Rand não fica um episódio sem dizer algo como: “Eu sou o Punho de Ferro, o inimigo declarado do Tentáculo”, no mínimo umas duas ou três vezes.

Tenho que dizer que para mim, talvez a maior decepção quanto a Punho de Ferro seja que esta é uma série que supostamente deveria ser de artes marciais… E honestamente estava esperando lutas como as de Jackie Chan ou Jet Li, mas aqui não temos nada do que você já não tenha visto em Demolidor, Jessica Jones e Luke Cage, tirando poucas exceções. Também esperava ver mais do que apenas o portão de K’un-Lun, muito da mitologia do herói foi deixada de lado, mas ao final de tudo fica uma esperança de corrigirem este erro numa possível segunda temporada.

Mas calma, nem tudo é problemático por aqui! Felizmente a produção pode contar com um elenco carismático, destaque para as coadjuvante Jessica Henwick (Colleen Wing) e Jessica Stroup (Joy Meachum), mas Finn Jones apesar de não ter o roteiro ao seu lado, consegue entregar um bom Daniel Rand. E mantendo seu ótimo padrão – o que era o mínimo – novamente temos uma fotografia linda e que desta vez não abusa do escuro como suas antecessoras, temos em Punho de Ferro uma fotografia clara, com cores vivas e na qual você consegue ver o que está acontecendo em sua tela com clareza e sem precisar aumentar o brilho da sua televisão. O mundo agradece, Netflix.

Apesar de não ter muita novidade aqui, eu garanto que se você gosta das séries da Marvel/Netflix, provavelmente não terá muito do que se queixar sobre Punho de Ferro. E mesmo sendo apenas um pouco mais do mesmo e por vezes demasiadamente lenta e sem foco, a série consegue garantir seu entretenimento graças ao esforço do elenco que consegue se manter carismático e prender a atenção do espectador. Punho de Ferro não é apenas “assistível”, como também é definitivamente uma boa série dentro do que lhe foi possível, e tem um enorme potencial para sua próxima temporada.