Nos anos 2000, chegava aos cinemas As Panteras, aquele filme que fez história em Hollywood pois levava mulheres espiãs no comando de uma obra. Mesmo que naquela época a mulher ainda era um objeto de sexualização, Drew Barrymore, Cameron Diaz e Lucy Liu mudaram a vertente de filmes femininos. Na época, eu era muito fã das Panteras e isso me deixou receosa de assistir essa nova versão, pois não sabia ao certo se seria reboot, remake ou até uma continuação. Fui apenas surpreendida.

As Panteras é uma continuação, e todo o legado da série dos anos 70 e do lendário filme de 2000 está mantido com honra e esse só é o primeiro ponto positivo de muitos. A sensação de nostalgia está onipresente, a essência é mantida! Pode ser na música ou em um figurino familiar ou até em uma cena que faz referência a outra, o trabalho é minucioso de preservar a herança.

Com todas as consequências que o Me Too vem se posicionando e filmes como Mulher Maravilha e Capitã Marvel fazendo sucesso de bilheteria, o filme conseguiu expandir ainda mais o poder feminino, pois a Agência Townsend está ao comando de uma mulher. Diferente das outras panteras que nós tínhamos uma versão sensualizada, aqui vira um ponto chave e as transforma em uma arma inteligente de flerte com o feminismo. Em sua primeira cena, ambientada no Rio de Janeiro já temos uma grande visão de qual aspecto do feminismo o filme vai discutir.

Elizabeth Banks é a grande responsável por fazer dessa versão um grande empoderamento feminino, levando as produções femininas para outro patamar e mostrando que uma mulher com grandes habilidades não precisa ser sensualizada ou ter um homem com ela. Além de fazer um grande trabalho com uma Bosley empoderada. Banks dirigiu, produziu, escreveu e atuou.

O novo time de espiãs está simplesmente fenomenal, a química entre as três personagens acontece de maneira orgânica e bem gostosa de acompanhar, cada uma com a sua personalidade e habilidade. Kristen Stewart, a atriz que ficou muito conhecida pelo papel de Bella de Crepúsculo, aqui ela se mostra completa versátil e mostrando um lado que ainda não conhecíamos, Sabina é incrível tem um charme único e seu personagem tem muito empoderamento, além de quebrar todo tipo de estereótipo. Naomi Scott esbanja simpatia, ela é o grande alívio cômico, mas sem perder a sua elegância, a sua personagem é uma hacker funcional que acaba caindo de paraquedas na Agência, suas peculiaridades deixa o longa com o tom mais leve.

E para fechar o time temos Ella Balinska, eu confesso que não conhecia atriz e ela não poderia me surpreender tanto, ela é consistente, sagaz, tem um grande apoio na história. O personagem de Noah Centineo é descartável, não que faz nenhuma diferença ao desenvolvimento da trama, mas é justificável a sua participação do filme já que o rostinho dele está bem conhecido em produções da Netflix.

Girl Power é a definição de As Panteras, ele tem um poder feminino em alto padrão, além que em algumas referências a cultura pop, os comentários chegam a ser em tom de piada e é aquela hora no qual o cinema cai na risada, a narrativa é certa e nenhum momento chega a ser apelativo.

Em escala geral, As Panteras supre todas as expectativas de uma boa continuação, trazendo uma nostalgia e uma grande homenagem do legado que a franquia carrega, dando um toque empoderado, subvertendo padrões da indústria, trazendo elementos novos e levando o poder feminino para outro nível. Mesmo que não inove em termos de roteiro, quando temos uma boa relação entre personagens, elementos subversivos e composto por boas cenas de lutas, o conjunto da obra fica completo e delicioso de apreciar.

PS: As participações especiais é um toque especial que dá a sensação de tudo ainda mais completo.

As Panteras estreia dia 14 de novembro pela Sony Pictures.

 

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