Protagonizado por Issa Rae e Lakeith Stanfield, The Photograph conta a história de um jornalista que, ao acompanhar a história de uma fotógrafa, acaba por se apaixonar pela filha dela. É um Romance, com R maiúsculo, que preenche com primor o vazio que existe de representatividade negra em filmes do gênero.

A história começa quando Michael (Lakeith Stanfield) precisa fazer uma matéria sobre uma fotógrafa chamada Christina Eames (Chanté Adams). Ao procurar sua falecida fonte, ele acaba por conhecer e se aproximar da filha da fotógrafa, Mae Morton (Issa Rae).

O ritmo da história pode não agradar inicialmente. Em romances, é preferível que, mesmo em casos de amor à primeira vista, as coisas aconteçam mais devagar. Não é o caso de The Photograph, que pode até mesmo assustar quem não entender os sentimentos de Michael por Mae, principalmente pelo histórico de relacionamentos do personagem.

No decorrer da história, porém, não tem como não se encantar pela singularidade do casal. Issa e Lakeith, a cada cena, fazem o telespectador entender o motivo do envolvimento dos dois personagens. Este não é o único sentimento florescente no filme. Lidando com a morte de sua mãe, a obra também faz o telespectador questionar o quanto relações maternas podem moldar a maneira que vemos nossas outras relações.

(Foto: Universal Studios)

Enquanto Mae descobre quem foi sua mãe para além de quem ela conhecia, o filme acaba por trazer em ótimos flashbacks como foi a relação de Christina e Isaac (Y’lan Noel). Muitas cenas do antigo romance acabam por compor bem as cenas no romance entre Mae e Michael.

É um filme sensível. Aborda singularidades que somente um casal negro vive, sem cair no clichê que tantas películas americanas abraçam. O filme mostra a história de duas pessoas que tinham tudo para dar errado juntas, mas também escancara o quão certo é viver tal amor.

A trilha sonora do filme também é elogiável. Aparentemente, Stella Meghie escolheu a dedo quem iria compor os sons, já que eles combinam com o ritmo apresentado.

The Photograph é um filme calmo, sem grandes ações. Porém, conforta aqueles que sentem falta de uma conquista e também traz a representatividade que filmes do gênero não carregam. Se tiver procurando uma versão madura de romances clichê, vale o play.