Estivemos frente a frente com Rodrigo Santoro, a convite da HBO, para perguntar sobre a nova série Westworld.
Conte um pouco sobre o que seria o Westworld da série.
“A série usa a premissa do filme: que é a do parque temático que é uma experiência imersiva, que convida o espectador a se envolver de forma intelectual, emocional e psicológica… tem uma onda muito psicológica, muitas entrelinhas, muitas metáforas a todo o tempo que você vai aos poucos vendo o que está sendo dito, não está apenas sendo dito. Acho que Westworld é muito único, muito difícil de se comparar.”
Vocês tiveram preparação antes de entrar em cena? Tiveram que estudar muito o roteiro?
“A gente não tem muita informação sobre a série e nosso personagem tem pouca informação. Nós recebemos o roteiro uns dias antes e não tem como se preparar para esse trabalho… se preparar no sentido de pesquisar, porque a gente não sabe e não tem informação.”
“É quase como um espectador, mesmo tendo o roteiro não tem tempo de ficar analisando muito. É receber, entender e fazer. É uma ideia de ter o ator mais presente em forma mais visceral do que racional.”
Como pode ser definido as máquinas de Westworld? Um Androide?
“Na verdade, é difícil descrever o que são os anfitriões de Westworld, não é exatamente uma máquina, ela estaria mais próximo de humano, do que um androide. Ele é uma espécie de humano com inteligência artificial. Então, ele é mais próximo que já se chegou a humano.”
Você teve dificuldade em se movimentar como um “anfitrião”?
“Foi um trabalho sutil e continua sendo, porque ele não se comporta e não se movimenta como robô, não é mecânico e não tem essa mecânica, ao mesmo tempo não é um corpo exatamente humano. Então é um híbrido e é um lugar onde a gente vem trabalhando/construindo nessa temporada inteira.”
E o seu personagem, como pode ser descrito?
“A série se constrói ao longo, como são temporadas, possíveis temporadas. Então, você vai conhecendo o personagem no decorrer. Eu ainda estou conhecendo o Hector!”
Você pegou alguma referência de algum personagem ou de algum filme para fazer este papel?
“Eu vi muita coisa e revi muita coisa, nada em específico. A gente está falando de várias coisas, então nesse sentido busquei referência sim, mas nada em específico,nenhum personagem. Geralmente, temos a referência do próprio filme: um fora da lei mais procurado do velho oeste. Mas a série é muito diversificado, ela vai abrindo e vai aprofundando, aprofundando… e é um mundo que até eu mesmo estou explorando.”
Sobre a polêmica de nudez nas gravações da série, o que você tem a dizer a respeito?
“A nudez faz parte da série, não de modo sexual. Ninguém é obrigado a fazer, é sempre conversado antes para entender o que vai ser feito. Eu sou ator comprometido com meu trabalho, se o trabalho pede e faz sentido… Já fiz bastante coisa, essa é minha diretriz independente disso. A grande questão é que o nu aqui tem outra conotação, quando você assistir a série toda, você vai entender a conotação, é mas da origem humana do que gratuita.”
A HBO Latin America anuncia a estreia de Westworld no dia 02 de outubro, às 23 horas, com transmissão simultânea com os Estados Unidos. Com dez episódios de uma hora de duração, a série traz uma odisseia obscura sobre o despertar da consciência artificial e o futuro do pecado, explorando um mundo onde cada desejo humano, independentemente do seu nível de nobreza ou depravação, pode ser perdoado.