A 91ª cerimônia do Oscar, premiação mais famosa do cinema, está chegando e para isso, preparamos uma coletânea sobre os indicados na categoria de Melhor Filme. Infiltrado na Klan também concorre nas categorias de Melhor Diretor (Spike Lee), Melhor Ator Coadjuvante (Adam Driver), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora (Terence Blanchard).
“Infiltrado na Klan” (BlacKkKlansman, em inglês) é dirigido pelo experiente cineasta Spike Lee (Malcolm X (1992) e Chi-Raq (2015)), e retrata, com certa dose de humor, um período em que a Ku Klux Klan ganha força novamente e tenta popularizar a ideia de uma supremacia branca nos Estados Unidos.
Inspirado no livro “Black Klansman” de Ron Stallworth, o longa conta a história do próprio Stallworth (interpretado pelo ator J.D. Washington), que em 1972 se torna o primeiro policial negro de Colorado Springs. Além de ter de lidar com o racismo dentro da própria corporação, ele acaba conseguindo contatar a KKK por telefone e para seus encontros ao vivo, o policial branco Flip Zimmerman (Adam Driver) se faz passar por ele.
Apesar de parecerem absurdas, a maioria das passagens chocantes do filme de Spike Lee são reais. Confira algumas curiosidades!
– A história de Ron Stallworth foi apresentada para Spike Lee por Jordan Peele, diretor do aclamado thriller “Corra!“, que também faz parte da direção de ” Infiltrado na Klan”.
– O filme foi propositalmente lançado nos Estados Unidos em 10 de agosto de 2018, exatamente um ano após as manifestações em Charlottesville, realizadas por supremacistas brancos. Elas, assim como as passeatas organizadas por movimentos de direitos humanos, são mostradas no final do longa.
– Após o fechamento da investigação na década de 1970, a operação só veio à tona em 2006, quando um ano após a aposentadoria de Ron Stallworth, ele finalmente concedeu entrevista a um jornal e revelou seu trabalho como infiltrado na Klan, que inclusive tinha vários membros do Exército americano como integrantes. O livro “Black Klansman” foi lançado em 2014.
– A história verídica de Jesse Washington
Na última parte do filme, é apresentado ao espectador o linchamento do jovem negro de 17 anos. Acusado de estuprar uma mulher branca, Washington passou por um breve julgamento e após ser condenado, ao sair do tribunal foi arrastado pelas ruas de Waco, no Texas. Como parte de seu linchamento, o jovem foi acorrentado a um poste, castrado e seus dedos foram cortados. Jesse então foi queimado vivo, partes de seu corpo foram vendidas e suas fotos carbonizado se tornaram cartões postais. Segundo relatos da época, metade da cidade acompanhou seu assassinato pelas ruas.
– O Ron Stallworth verdadeiro realmente conseguiu tirar uma foto com David Duke, o líder da KKK nos Estados Unidos. Além disso, ele também cometeu o deslize de se apresentar com seu nome real em seu primeiro contato com a organização.
– A verdadeira identidade do parceiro de Stallworth é desconhecida. Devido a sua interação cara-a-cara com a Klan, ele nunca foi a público com sua história. A decisão de Spike Lee de torná-lo judeu foi para fins dramáticos.
– O filme acontece em 1972, mas os eventos ocorreram em 1979.
– Enquanto a primeira parte do filme é relativamente precisa, o atentado com bombas da KKK é uma invenção para adicionar tensão dramática. Na vida real, Stallworth e seu parceiro infiltrado estavam principalmente preocupados em revelar seus membros em posições militares de alto escalão americano. Como resultado da investigação, quatro membros das forças armadas dos EUA foram realocados. Stallworth brinca que eles foram “enviados para o Pólo Norte”.
O Oscar 2019 ocorre no domingo, 24 de fevereiro no Teatro Dolby em Los Angeles, Califórnia. No Brasil, a transmissão será feita pelo canal TNT.