Sinopse: As amigas Wren, Hallie, Chloe e Katie levam uma vida entediante no colégio. Quando ouvem falar em um monstro chamado Slender Man, elas decidem invocá-lo por meio de um vídeo na Internet. A brincadeira se transforma em um perigo real quando todas começam a ter pesadelos e visões do homem se rosto, com vários braços, capaz de fazer as suas vítimas alucinarem. Um dia, Katie desaparece sem deixar pistas, cabendo às três amigas fazerem a sua própria busca, enfrentando a criatura.
Slender Man é o famoso monstro de creepy pasta, sucesso na internet e dono de milhares histórias aterrorizantes e dolorosas. Faz tempo que Hollywood promete abordar algo da mitologia do Slender Man, talvez tanto tempo que nem sabemos mais se esse era o filme que esperávamos. Apelativo e cheio de efeitos toscos, é um daqueles filmes que nos fazem perguntar “para onde foram os milhões de dólares investidos?” e com um enredo totalmente raso. Sente-se, relaxe e se prepare para um verdadeiro show de horrores.
O filme retrata o clássico clichê de um grupo de adolescentes vivendo numa cidadezinha no meio do nada, cheia de tendências assustadoras em um cenário escuro. Por um leve momento, achei estar assistindo um filme de Zack Snyder de tão sombrio dos lugares ambientados, talvez esse peso escuro nem foi referente ao tema “terror”, pois a noção que o filme passa é que sua história é tão rasa de que a produção precisou apelar para efeitos sonoros ENSURDECEDORES que parece estar em 90% das cenas, o mesmo número porcentual de vezes que o Slender Man não aparece no filme. Irônico, não? Um filme sobre um ser que não aparece. Os momentos em que o Slender Man resolveu dar as caras foram carregados de um CGI digno de um filme barato, o que nos choca, já que foram investidos cerca de 35,4 milhões de dólares no filme. Um dinheiro muito mal gasto e praticamente jogado no lixo.
Os tons escuros do filme tentam assustar, mas você não sabe do que realmente se trata, algumas coisas acontecem parecendo que, com uma conclusão ou no mais esperançoso, um plot twist significativo, tudo fosse fazer sentido, mas o filme confiou demais num público já formado no tema central, onde nada fosse necessário para um bom entendimento. Quando vemos um flashback acontecer, pensamos “nossa, agora tudo vai ser explicado” mas na realidade ficamos mais perdidos que o famoso meme viral da Nazaré fazendo cálculos na tela.
O filme passou por processos de adição e cortes, cenas muito chamativas foram vistas no trailer, mas acabaram ficando de fora da versão final. Isso foi resultado de cenas perturbadoras demais, mas, se pararmos para pensar, pode ser que a tesoura cortou demais ao ponto de deixar coisas sem sentindo no filme. Particularmente, eu parabenizo a Sony por distribuir esse longa, pois tem que ter muita coragem para poder fazer isso, e acho que isso ela tem sobrando.
Talvez não tenha sido o tempo certo para Slender Man, talvez não tenha sido a produção certa. Eu realmente não entendi qual foi o real propósito do filme. As únicas coisas boas que podem ser aproveitadas são os mais que precisos focos de fotografia, o filme soube explorar bem as emoções dos personagens. Por mais que alguns nomes do elenco, como por exemplo a Julia Goldani Telles (The Affair) que interpretou a Hallie, pareciam terem sido arrancados de um curso básico de teatro, outros já se destacaram um pouco mais, a Joey King (Barraca Do Beijo/Oz: Mágico e Podero/ Batman: O cavaleiro das trevas ressurge) que fez a Wren mostrou um bom desempenho de personalidade e crescimento de acordo com o passar da trama. Esses são os únicos nomes que tenho vontade de citar nessa análise, os outros nomes do elenco nem vale a pena receber tanta atenção já que o próprio filme não os explora e não mostra muito a respeito deles.
Slender Man é um filme fraco, problemático, sem muito o que se falar e que nos dá vontade de sair do cinema e pedir o nosso dinheiro de volta. Eu quase fiz isso.
NOTA 1.0/5