Na semana em que se comemora o aniversário de Harry e sua criadora, J.K. Rowling, várias homenagens foram feitas a um dos maiores sucessos da cultura pop nas últimas décadas. Parece estranho, mas acredite, há pessoas que sabem ou viram pouquíssimo no que diz respeito ao bruxo mais famoso do cinema, eu sou uma delas. Não vou falar sobre a geração mais nova pois o distanciamento é mais compreensível, embora a saga ainda venha conquistando fãs e o lançamento da franquia “Animais Fantásticos” pode ter influenciado os mais jovens a se aprofundar nesse universo.
Cresci na época em que os últimos filmes de Harry Potter estavam sendo produzidos e ainda era um verdadeiro fenômeno. Na escola, era bem mais fácil encontrar aqueles que haviam visto os filmes do que os apaixonados pelos livros de J.K. Rowling, os dois tipos com o mesmo entusiasmo pela saga. Certamente em algum ponto das conversas entre colegas, esse assunto viria a ser pauta.
Vários amigos eram e ainda são fãs, mas isso nunca me fez aproximar muito do universo. Vi alguns filmes na TV (até hoje não sei ao certo quais deles) mas não me interessava pelos livros ou por outro aspecto importante para os aficionados. Há outras explicações para isso. Nessa época, ainda criança, não aguentava ver os filmes até o final e ficar esperando tanto tempo para o lançamento da continuação. Meus pais também não gostavam das ideias dos filmes por se tratar de magia (ok, né?). Apesar de achar a história interessante, estar por fora desse mundo fictício não foi um problema.
Vendo o fenômeno e a comunidade por esse ângulo, notava a dedicação e o amor dos fãs, bem como a força da franquia ao longo dos anos. Também me lembro da época em que “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte II” saiu, e a comoção que isso gerou por meses, como se um ciclo na vida de muitas pessoas tivesse acabado, o que faz sentido já que cresceram vendo seus personagens e atores favoritos se desenvolverem. Além dos filmes e livros, Harry Potter lucrou com os inúmeros produtos que enlouqueceram e ainda enlouquecem os fãs, impulsionando ainda mais o interesse pela saga. Mas eles não foram abandonados quando a produção dos filmes acabou, o universo expandindo deu aos fãs “A Criança Amaldiçoada”, que acabou virando peça de teatro, além de outros projetos da escritora J.K. Rowling.
Hoje, com mais idade, vejo que esse não foi um fenômeno qualquer, mas um verdadeiro movimento que tomou proporções gigantescas e conseguiam alcançar tantas pessoas de diferentes culturas e lugares ao redor do mundo.
Por seu papel como molde da cultura pop e na vida de (principalmente) adolescentes que cresceram no final dos anos 1990 e nos anos 2000, Harry Potter encontra-se acima da questão de afinidade com a história e seus personagens. Até mesmo quem nunca acompanhou a saga, como eu, deve admitir que foi muito mais do que uma franquia com sucesso de vendas, está no imaginário coletivo de milhões de pessoas, assim como Star Wars, Senhor dos Anéis e 007, e não há vislumbre de que isso mude. Parabéns Harry e J.K.!