O escolhido para representar a Alemanha na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar deste ano, Toni Erdmann, conta a história de um pai maluco, interpretado por Peter Simonischek que resolve visitar a filha, certinha, fria e trabalhadora com quem não mantém muito contato.
O pai é visto pela primeira vez já pregando uma peça em outro personagem do filme. Winifried é o típico personagem que não tem limites na hora de fazer piadas, beirando ao absurdo muitas vezes ao longo do filme e que te faz pensar “não é possível que exista alguém assim na vida real”.
Sua filha, Ines (Sandra Hüller), é totalmente o oposto. Executiva de uma firma e lidando com um grande cliente, Ines é uma mulher seria, que não tem tempo para aguentar as piadinhas de seu pai, ainda mais quando ele resolve criar um alter ego, Toni Erdmann, e começa a seguir Ines por todo canto, pregando peças e a constrangendo.
O filme não possui trilha sonora e as cenas se estendem com o intuito de fazer o espectador sentir o constrangimento que os personagens estão passando no filme. Toni Erdmann não se encaixa muito bem nem como comédia e nem como drama por ser estranho em sua própria forma. É uma espécie de “comédia de constrangimento” que se estende por pouco mais de duas horas e meia, às vezes chegando a aborrecer um pouco para então quebrar com uma cena divertida (a cena do brunch talvez seja a mais engraçada do filme)
Os dois atores trabalham muito bem juntos e conseguem formar uma parceria que encanta, deixando as cenas onde não contracenam um pouco chatas.
Toni Erdmann merece ser visto por fugir do sentimentalismo ou fórmulas clichês ao contar sua história, o que poderá ser um bônus na hora da escolha dos vencedores do Oscar.